domingo, 10 de julho de 2011

Se fosse o Oscar passava ao vivo e em horário nobre, mas é só música brasileira




              Por Lais Amaral

          Um dia desses um amigo comentou com entusiasmo sobre um filme nacional que assistira na TV Globo.

          E o entusiasmo desse meu amigo, cristalizou-se num elogio: “A Globo não é mole, que filmaço!”.

          Então eu perguntei a que horas passara o tal filme nacional. E ele respondeu: “Depois do Jô”. E eu repliquei: “Você é gerente de vendas, não precisa chegar tão cedo na batalha, mas você acha que o povão está acordado às duas da manhã pra ver filme nacional ?”.

          Ele emudeceu com expressão de quem reflete sobre algo que não tinha percebido. E eu aproveitei para dar o golpe de misericórdia:

          “Se a Globo fosse legal mesmo ela passava esse filme no horário nobre. Pelo menos no lugar de Tela Quente, que raramente passal algo descente.”

          E ele me olhou com aquele jeitão como se dissesse: “Sabe que você tem razão !”. 

          Pois é, neste domingo, dia 10, a magnânima Globo vai mostrar um “compacto” do 22º

         Premio da Música Brasileira, que aconteceu na quarta, dia 6, no Theatro Municipal do Rio.

         Uma bolação do José Maurício Machline que este ano homenageou o grande Noel Rosa, que ano passado fez centenário de nascimento.

         Tempos atrás aquele meu amigo elogiaria a TV dos Marinho, ele, que como eu, adora música brasileira e Noel Rosa.

         Mas agora ele está um pouco mais crítico e certamente não aprovou o horário da veiculação: depois do tal Domingo Maior, tarde da noite.

        Imagina você aturar um Van Dame, ou um Esteven Segal, ou Jack Chang ou qualquer outro Charles Bronson desses, para só depois poder assistir ao Premio da Música !

        Sem esquecer que o dia seguinte é Segunda-Feira, dia de trabalhador acordar cedo. E mais: o programa é um mero compacto. Passa batido.

        Já se fosse a festa da entrega do Oscar, ao vivo, de Los Angeles... “Ah, essa Globo não é mole, não”.