segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Beth Carvalho diz que a CIA quer acabar com o Samba



Beth Carvalho 


Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral
Em entrevista ao jornalista Valmir Moratelli, do Portal iG, (25/11), por ocasião do lançamento do CD de músicas inéditas "Nosso samba tá na rua" - dedicado à dona Ivone Lara, Beth Carvalho foi incisiva ao defender o Socialismo como única saída para a Humanidade. A presidente de honra do PDT defendeu ainda Hugo Chaves, Cuba e Brizola. Disse que o Samba perdeu espaço para o Funk, e que o CIA tem a ver com isso. Abaixo a entrevista reproduzida do Portal iG.


iG: Em seu novo CD, a letra "Chega" é visivelmente feminista. Por que é raro o samba dar voz a mulheres?

Beth Carvalho: O mundo, não só o samba, é machista. Melhorou bastante devido à luta das mulheres, mas a cada cinco minutos uma mulher apanha no Brasil. É um absurdo. Parece que está tudo bem, mas não é bem assim. Sempre fui ligada a movimentos libertários.

iG: De que forma o samba é machista?

Beth Carvalho: A maioria dos sambistas é homem. Depois de mim, Clara Nunes e Alcione, as coisas melhoraram. O samba é machista, mas o papel da mulher é forte. O samba é matriarcal, na medida em que dona Vicentina, dona Neuma, dona Zica comandam os bastidores da história. Eu, por exemplo, sou madrinha de muitos homens (risos).

iG: A senhora é vizinha da favela da Rocinha. Como vê o processo de pacificação?

Beth Carvalho: Faltou, por muitos anos, a força do estado nestas comunidades. Agora estão fazendo isso de maneira brutal e, de certa forma, necessária. Mas se não tiver o lado social junto, dando a posse de terreno para quem mora lá há tanto tempo, as pessoas vão continuar inseguras. E os morros virarão uma especulação imobiliária.

iG: Alguns culpam o governo Leonel Brizola (1983-1987/1991-1994) pelo fortalecimento do tráfico nos morros. A senhora, que era amiga do ex-governador, concorda?

Beth Carvalho: Isso é muito injusto. É absurdo (diz em tom áspero). Se tivessem respeitado os Cieps, a atual geração não seria de viciados em crack, mas de pessoas bem informadas. Brizola discutia por que não metem o pé na porta nos condomínios da Avenida Viera Souto (em Ipanema) como metem nos barracos. Ele não podia fazer milagre.

iG: Defende a permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho?

Beth Carvalho: Olha, sou presidente de honra do PDT porque é um título carinhoso que Brizola me deu, mas não sou filiada ao PDT. Não tenho uma opinião formada sobre isso, porque não sei detalhes. Existe uma grande rigidez a partidos de esquerda. Fizeram isso com o PCdoB do Orlando Silva, e agora fazem com o PDT. O que conheço do Lupi é uma pessoa muito correta. Eles deveriam ser menos perseguidos pela mídia.

iG: Aqui na sua casa há várias imagens de Che Guevara e de Fidel Castro. Acredita no modelo socialista?

Beth Carvalho: Eu só acredito no modelo socialista, é o único que pode salvar a humanidade. Não tem outro (fala de forma enfática). Cuba diz 'me deixem em paz'. Os Estados Unidos, com o bloqueio econômico, fazem sacanagem com um país pobre que só tem cana de açúcar e tabaco.

iG: Mas e a falta de liberdade de expressão em Cuba?

Beth Carvalho: Eu não me sinto com liberdade de expressão no Brasil.

iG: Por quê?

Beth Carvalho: Porque existe uma ditadura civil no Brasil. Você não pode falar mal de muita coisa.

iG: Como quais?

Beth Carvalho: Não falo. Tem uma mídia aí que acaba com você. Existe uma censura. Não tem quase nenhum programa de TV ao vivo que nos permita ir lá falar o que pensamos. São todos gravados. Você não sabe que vai sair o que você falou, tudo tem edição. A censura está no ar.

iG: Mas em países como Cuba a censura é institucionalizada, não?

Beth Carvalho: Não existe isso que você está falando, para começo de conversa. Cuba não precisa ter mais que um partido. É um partido contra todo o imperialismo dos Estados Unidos. Aqui a gente está acostumada a ter vários partidos e acha que isso é democracia.

iG: Este não seria um pensamento ultrapassado?

Beth Carvalho: Meu Deus do céu! Estados Unidos têm ódio mortal da derrota para oito homens, incluindo Fidel e Che, que expulsaram os americanos usando apenas o idealismo cubano. Os americanos dormem e acordam pensando o dia inteiro em como acabar com Cuba. É muito difícil ter outro Fidel, outro Brizola, outro Lula. A cada cem anos você tem um Pixinguinha, um Cartola, um Vinicius de Moraes... A mesma coisa na liderança política. Não é questão de ditadura, é dificuldade de encontrar outro melhor para ocupar o cargo. É difícil encontrar outro Hugo Chávez.

iG: Chávez é acusado por muitos de ter acabado com a democracia na Venezuela.

Beth Carvalho: Acabou com o quê? Com o quê? (indaga com voz alta).

iG: Com a democracia...

Beth Carvalho: Chávez é um grande líder, é uma maravilha aquele homem. Ele acabou com a exploração dos Estados Unidos. Onde tem petróleo estão os Estados Unidos. Chávez acabou com o analfabetismo na Venezuela, que é o foco dos Estados Unidos porque surgiu um líder eleito pelo povo. Houve uma tentativa de golpe dos americanos apoiada por uma rede de TV.

iG: A emissora que fazia oposição ao governo e que foi tirada do ar por Chávez...

Beth Carvalho: Não tirou do ar (fala em tom áspero). Não deu mais a concessão. É diferente. Aqui no Brasil o governo pode fazer a mesma coisa, televisão aberta é concessão pública. Por que vou dar concessão a quem deu um golpe sujo em mim? Tem todo direito de não dar.

iG: A senhora defende que o governo brasileiro deveria cassar TV que faz oposição?

Beth Carvalho: Acho que se estiver devendo, deve cassar sim. Tem que ser o bonzinho eternamente? Isso não é liberdade de expressão, é falta de respeito com o presidente da República. Quem cassava direitos era a ditadura militar, é de direito não dar concessão. Isso eu apoio.

iG: Por ser oriundo dos morros, o samba foi conivente com o poder paralelo dos traficantes?

Beth Carvalho: Não, o samba teve prejuízo enorme. Hoje dificilmente se consegue senhoras para a ala das baianas nas escolas de samba. Elas estão nas igrejas evangélicas, proibidas de sambar. Não se vê mais garoto com tamborim na mão, vê com fuzil. O samba perdeu espaço para o funk.

iG: Quem é o culpado?

Beth Carvalho: Isso tem tudo a ver com a CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), que quer acabar com o samba. É uma luta contra a cultura brasileira. Os Estados Unidos querem dominar o mundo através da cultura. Estas armas dos morros vêm de onde? Vem tudo de fora. Os Estados Unidos colocam armas aqui dentro para acabar com a cultura dos morros, nos fazendo achar que é paranóia da esquerda. Mas não é, não.

iG: O samba vai resistir a esta "guerra" que a senhora diz existir?

Beth Carvalho: Samba é resistência. Meu disco é uma resistência, não deixa de ser uma passeata: "Nosso samba tá na rua".

domingo, 27 de novembro de 2011

A Velha Mídia Comercial tem seu lado. E não é o nosso lado.




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral
O termo PIG (Partido da Imprensa Golpista) utilizado pelas Redes sociais na Blogosfera para designar a Velha Imprensa Comercial não é exagero.

Essa Velha Imprensa, que praticamente monopoliza a comunicação no país, estando nas mãos de uma meia dúzia de famílias, tem suas preferências políticas e partidárias. Nada demais. Eu também tenho as minhas.

Mas para aqueles inocentes e desavisados que acreditam na neutralidade da Imprensa como virtude inabalável de pretensos ou supostos paladinos da liberdade e da democracia, segue abaixo um vídeo do You Tube, que mostra parte da armação no debate final entre Lula e Collor na eleição presidencial de 1989.

Lula estava chegando perto nas pesquisas com forte possibilidade de virar o jogo e ganhar. Aí veio a armação do debate final na Globo, que contou com uma edição bem safada comandado pelo Ali Kamel de então, um pulha chamado Alberico Souza Cruz.

E, independente da edição safada daquele debate que foi ao ar no Jornal Nacional, no vídeo abaixo José Bonifácio Sobrinho, um dos bam-bam-bans da emissora na ocasião, conta como ajudaram a construir uma imagem mais popular de Collor para o debate.

Eles têm lado. É até compreensível. Mas não deviam mais pousar de vestais. Isso é brincar com a inteligência do telespectador. Isso é pura sacanagem. Essa gente só pensa em povo como telespectadores para garantir audiência e com isso, grandes patrocinadores. Confiram:  


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Luiz Inácio operário nacional


Lula mostrando o caminho para Fernando Haddad




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

         Enquanto a Velha Mídia comercial faz sua campanha política (na falta de oposição competente) fingindo que apóia a Presidente Dilma e na verdade tenta desconstruir os governos Lula, um dos mais marcantes momentos da vida política institucional do país, este blog presta sua homenagem na certeza que ele jamais sairá do pedestal erguido no coração da maioria dos brasileiros.   
São dois momentos de arte, o samba enredo da Escola de Samba Gaviões da Fiel para 2012 (cuja letra está aí pra todo mundo aprender, e, um clip sobre a trajetória de Lula, com música de Bob Dylan. Força Lula !!!

Verás que o filho fiel não foge à luta –
Lula o retrato de uma nação
Autores: Grandão, Batata, Netinho, Max, Magrão, Luciano, Mariano Araújo e Dentinho
Vai meu gavião…
Cantando a saga do menino sonhador
Um filho do sertão, cabra da peste… Irmão
Que deus pai iluminou!
Trouxe no sangue a coragem, a fé
O poder regendo seu destino!
Na cidade grande a esperança… O futuro promissor!
Traçou seu o caminho
Cresceu foi à luta… Pra vencer
E o sonho se torna real
Luiz Inácio o operário nacional!
Companheiro fiel… Por liberdade
Na corrente do bem… Contra a maldade!
Elo forte da democracia
A luz da nossa estrela guia!
Viu… No coração do Brasil
Tanta desigualdade
O retrato da realidade
A utopia buscando a dignidade!
Solta o grito da garganta e vem comemorar
A soberania popular
Felicidade…
O povo unido venceu
A cidadania resplandeceu
Uma nova era aconteceu!
Sou da nação, sou valente e festeiro
Corinthiano loucamente apaixonado!
Em oração a São Jorge guerreiro
Peço que o brasileiro seja sempre abençoado!”
Click no link abaixo e ouça o samba da Gaviões para 2012.





E no link a seguir, diretamente do Portal do Luis Nassif, o Clip que mostra a trajetória do grande estadista.  






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Barra Mansa puxa a discussão sobre democratização da Comunicação no Sul Fluminense

Deputado Paulo Ramos (PDT) autor do projeto

Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

          Barra Mansa saiu na frente na região Sul Fluminense na busca da democratização da comunicação. Sábado passado, dia 19, uma Audiência Pública engrossou a discussão pela criação do Conselho Municipal de Comunicação. A matéria abaixo foi publicada pelo diário A Voz da Cidade, edição desta segunda-feira, dia 21.   


          Audiência Pública discute criação do

          Conselho Municipal da Comunicação

 

          Dando prosseguimento à discussão sobre a importância e a criação do Conselho Municipal de Comunicação, a Abraço-Sul Fluminense do Rio de Janeiro e seus representantes promoveram na tarde do último sábado uma Audiência Pública no Palácio Barão de Guapi, no Centro da cidade.

          Durante a reunião, os participantes conheceram ainda o texto final do projeto de lei do Conselho Estadual de Comunicação, de autoria do deputado estadual Paulo Ramos.

          De acordo com o diretor da Abraço-Nacional, José Roberto Souza, o Maninho, a idéia é preparar para a implantação do Conselho que será de grande importância para os meios de comunicação seja ele grande, médio ou pequeno. Na região Sul Fluminense, Barra Mansa está na frente para a implantação do Conselho.

         “Já é o segundo encontro realizado para discutir o tema. Nossa idéia é mostrar a todos o quanto esse Conselho é importante para a comunicação no geral”, explica Maninho, ressaltando que a iniciativa está em destaque em todo o território nacional.

         Vale ressaltar que,em Barra Mansa, a discussão está adiantada, já que o projeto de lei para a criação do Conselho já existe e está no Legislativo  para apreciação dos vereador.

          “Temos três etapas para a criação do Conselho, a discussão, o encaminhando do projeto à Câmara de Vereadores e por fim a implantação. 
            
          É um longo caminho que vale a pena percorrer. Precisamos valorizar todos os meios de comunicação de uma mesma forma”, declara o representante da Abraçoem Barra Mansa, Odailton Silva Teixeira.

          A deputada estadual Inês Pandeló é outra que falou da importância do Conselho. Segundo ela, é uma discussão a nível nacional e trata-se de um direito de todo ser humano.

          “Os grandes meios de comunicação no Brasil têm todos os direitos e os outros não”, comenta a deputada, lembrando que, na região, Barra Mansa é pioneira nessa discussão.

          Além da deputada Pandeló e dos membros da Abraço Sul Fluminense do Rio, estiveram presentes na audiência de sábado, a representante do Fala-Rio e Movimento Abraço-Rio, Cláudia Abreu, o jornalista Álvaro Brito, entre outros membros de rádios comunitárias da cidade.


            ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE COMUNICAÇÃO

          Entre outros, são atribuições do Conselho Municipal de Comunicação atuar em defesa do interesse público relacionado a atuação de veículos de massa na execução em âmbito municipal, abrangendo as atividades de imprensa escrita, radiofônica e televisiva, além da transmissão de imagens, sons e dados de qualquer natureza e estimular a organização da população e suas entidades na implementação de medidas em defesa do interesse público na área de comunicação.
          O Conselho atuará principalmente na defesa das disposições Constitucionais referentes à Comunicação, garantirá a todo e qualquer cidadão, a liberdade de manifestação do pensamento, vedado o anonimato, como garantir o exercício do direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;a liberdade de expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação independente de censura ou licença. 


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Reitor da USP não é mesmo flor que se cheire

Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

                 A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançou em agosto de 2007 o livro-relatório Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, de Paulo Vannuchi e Marco Antônio Rodrigues Barbosa.

          Na época eles eram respectivamente: ministro da Secretaria de Direitos Humanos e presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). Da comissão também fez parte o atual reitor da USP, João Grabdino Rodas, nomeado por Fernando Henrieuqe Cardoso.

            Rodas votou contra os interesses das famílias das vítimas da Ditadura Militar. Confiram no link abaixo a matéria completa do Blog Vi o Mundo, do Luiz Carlos Azenha. 


  http://www.viomundo.com.br/denuncias/rodas-deu-uma-maozinha-aos-carrascos-de-zuzu-angel.html

Ahmadinejad não é demônio e o Irã não é um país atrasado






Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).


Por Laís Amaral
      


       Tempos atrás o jornalista Antônio Luis Monteiro Coelho da Costa, da revista Carta Capital, publicou dados interessantes sobre o Irã. Uma nação moderna e progressista, embora ainda precise de algumas mudanças.

       Mas bem diferente da imagem de país miserável governado por um tirano arquimilionário e que ainda quer fabricar a bomba atômica para infernizar o coitadinho de Israel, como quer nos fazer crer a Velha Midia comercial. Leia alguns dados do jornalista da Carta Capital. O link da matéria na integra está no final do texto. 

      • No Irã não se usa a burca típica do Afeganistão; quase não se vê também o nigab (veu que cobre o rosto), ainda hoje obrigatório na Arábia Saudita, nos Emirados do Golfo, no Iêmen, Paquistão entre outros;

 
      • A participação das mulheres na sociedade iraniana é das maiores no mundo. Na economia, chega a 40% (maior que no Chile, Egito, Turquia entre outros); mais de 50% dos estudantes do ensino superior sã mulheres (igual à Holanda e maior que México, Chile, Turquia e a maioria dos países muçulmanos);

      • Mesmo sendo questionado o modelo de eleições iranianas, onde o clero islâmico tem grande poder e influência, não há nada igual, nem de longe, nos países árabes, monárquicos – a imensa maioria – onde o povo quase nunca é chamado a votar;

      • O Ocidente reverbera denúncias de fraude sem comprovação alguma, mas pouco destaque deu à monumental fraude no Afeganistão, onde o queridinho da mídia, Hamid Garzai – segundo a revista Vogue, um dos homens que melhor se veste no mundo – foi “reeleito” na base do “bico de pena”, no tapetão;

      • O Irã é um país moderno, industrializado, com renda per capita maior que a nossa, que a da África do Sul, da Tailândia, entre outros;

      • Em fevereiro do ano passado colocou em órbita, com recursos e tecnologia própria, um satélite de comunicação, o primeiro no mundo muçulmano;
      • Suas montadoras de veículos fabricam mais carros que a Itália (um milhão de carros);

      • 35% dos iranianos tem acesso à Internet, menos que o Brasil e este ano as projeções são de que atinjam 48%;
      • A região metropolitana da Grande Teerã tem 13 milhões de habitantes, com moderna rede de metrô e de transporte público, muito superior a qualquer capital brasileira;

      • Ao contrário do que diz a “revista” (folheto de propaganda) Veja, da família Civita, o Irã e seus mulás (clérigos da hierarquia islâmica), não querem a “volta à idade média”; ao contrário; querem a modernização, ainda que sob seu controle;
      • Ainda que 98% sejam islâmicos no país, nem todos são persas (apenas 51%, como Ahmadinejad; uma segunda etnia forte e grande é a azeri, do líder espiritual Ali Khamenei, que sucedeu Khomeini, que era persa;

      • Ao contrário de Israel, do Paquistão e mesmo do Iraque, na época de Saddam Hussein, o Irã nunca atacou seus vizinhos em nenhum momento ou reivindicou qualquer de seus territórios;
      • É verdade que metade dos 80 mil judeus que moravam no Irã há 30 anos, quando da eclosão da Revolução Islâmica, emigrou para outros países; mas, os que lá permaneceram, até lutaram para derrubar a monarquia fascista do Xá Reza Pahlevi em 1979 e defenderam o país dos ataques iraquianos entre 1980 a 1988; e hoje vivem um clima de ampla liberdade, sem nenhuma restrição ao seu culto, à sua educação judaica, às suas viagens e até seu principal líder, Haroun Yashayaei até criticou Ahmadinejad – sem ser punido! – por este questionar o holocausto.

       Enfim, poderíamos nos estender a outros aspectos positivos da vida política, cultural e social da República Islâmica do Irã. Mas não será necessário. O ponto central é em torno de quem orbita esse pequeno gigante, imenso produtor de petróleo hoje no mundo.
     
       O Irã não faz o jogo dos estados Unidos. Muito ao contrário. Dá-lhe frontal combate. Ahmadinejad articula suas alianças hoje com a Venezuela de Chávez, a Bolívia de Evo e, claro, com o nosso Brasil sob o comando do presidente Lula. Se não fosse isso, não seria tão demonizado como vem sendo feito por essa imprensa golpista.

       Que tenta mentir ao mundo que lá é uma ditadura, as eleições foram fraudadas e que o Irã quer a bomba. Tudo mentira.

       Já nos primeiros anos do meu curso de Ciências Sociais – e já se vão 30 longos anos – na disciplina de Antropologia aprendi um conceito que a nós, sociólogos, nos é muito caro.

       O de “relativismo cultural”. Significa que devemos ver as outras nações, as outras culturas, as outras civilizações, diferentes das nossas, com um relativismo, procurando encarar seus hábitos e costumes com naturalidade, sem arrogância e sem a prepotência de achar que nossa cultura Ocidental é melhor e deve ser seguido por todos os povos da humanidade.

       O povo do Irã escolheu esse caminho de forma soberana, autônoma, com liberdade. Fizeram uma Revolução em 1979, ainda que com rumos que eu até possa não estar de pleno acordo. Mas devo aceitá-los.

       O que entristece a turma dos golpistas da mídia e a sua elite, é que esse país soberano saiu da órbita dos Estados Unidos. Nunca nos esqueçamos – e o povo iraniano guarda isso bem guardado em sua memória histórica – dos episódios da nacionalização do petróleo levado à cabo pelo então primeiro Ministro Mossadegh em 1953.

       Não resistiu um ano e foi derrubado com a ajuda da CIA, que garantiu o controle do petróleo para os EUA e para a Inglaterra a partir daí e até 1979, quando ele volta para o controle do povo.

       Ai está, em poucas palavras, porque o Irã é tão demonizado por essa mídia golpista. Só por isso, já devemos ver com bons olhos esse grande país, de civilização milenar, organizada a partir do Grande Ciro, da Pérsia séculos antes da atual era cristã. Vida longa ao Irã!

       Veja reportagem completa no Portal Vermelho sob o título “Porque demonizam Ahmadinejad?”

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Chega de halloween. Nós somos todos sacys




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

Cidades como São Luis do Paratinga, Silveiras e Botucatu (SP) comemoraram no dia 31 de outubro o Dia do Saci.

Muito legal perceber a força do caipira que instintivamente defende nossas coisas, nossa cultura, fazendo frente, mesmo que involuntariamente, à colonização americana que conta com respaldo da Velha Mídia Comercial e dos um sem números de colaboracionistas.

Entre estes, os cursos de inglês que estimulam a prática com a justificativa de passar a cultura americana a nossos jovens estudantes alegando facilitar a assimilação do idioma.

O Brasil vem assumindo um papel de liderança nos últimos anos, não apenas em nosso continente, mas entre os países emergentes em todo o mundo. Temos que ter nossa cultura fortalecida e quanto menos alienígenas melhor (o que não tem nada a ver com a antropofagia do Oswald de Andrade).

No link abaixo o documentário ‘Somos todos Sacys’ produzido pela Confraria Produções em parceria com Sesi/Senac. Legal ver, discutir e disseminar.


O filme é uma contribuição para o fortalecimento do mito que está no imaginário de nossa gente e é cultura genuinamente nossa. Curtam e divulguem.     
   







A Carta de Foz de Iguaçu - I Encontro Mundial de Blogueiros

Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral


O 1º Encontro Mundial de Blogueiros, realizado em Foz do Iguaçu (Paraná, Brasil), nos dias 27, 28 e 29 de outubro, confirmou a força crescente das chamadas novas mídias, com seus sítios, blogs e redes sociais.

Com a presença de 468 ativistas digitais, jornalistas, acadêmicos e estudantes, de 23 países e 17 estados brasileiros, o evento serviu como uma rica troca de experiências e evidenciou que as novas mídias podem ser um instrumento essencial para o fortalecimento e aperfeiçoamento da democracia.

Como principais consensos do encontro – que buscou pontos de unidade, mas preservando e valorizando a diversidade –, os participantes reafirmaram como prioridades:

- A luta pela liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade propalada pelos monopólios midiáticos, que castram a pluralidade informativa. O direito humano à comunicação é hoje uma questão estratégica;

- A luta contra qualquer tipo de censura ou perseguição política dos poderes públicos e das corporações do setor. Neste sentido, os participantes condenam o processo de judicialização da censura e se solidarizam com os atingidos. Na atualidade, o WikiLeaks é um caso exemplar da perseguição imposta pelo governo dos EUA e pelas corporações financeiras e empresariais;

- A luta por novos marcos regulatórios da comunicação, que incentivem os meios públicos e comunitários; impulsionem a diversidade e os veículos alternativos; coíbam os monopólios, a propriedade cruzada e o uso indevido de concessões públicas; e garantam o acesso da sociedade à comunicação democrática e plural. Com estes mesmos objetivos, os Estados nacionais devem ter o papel indutor com suas políticas públicas.

- A luta pelo acesso universal à banda larga de qualidade. A internet é estratégica para o desenvolvimento econômico, para enfrentar os problemas sociais e para a democratização da informação. O Estado deve garantir a universalização deste direito. A internet não pode ficar ao sabor dos monopólios privados.

- A luta contra qualquer tentativa de cerceamento e censura na internet. Pela neutralidade na rede e pelo incentivo aos telecentros e outras mecanismos de inclusão digital. Pelo desenvolvimento independente de tecnologias de informação e incentivo ao software livre. Contra qualquer restrição no acesso à internet, como os impostos hoje pelos EUA  no seu processo de bloqueio à Cuba.

Com o objetivo de aprofundar estas reflexões, reforçar o intercâmbio de experiências e fortalecer as novas mídias sociais, os participantes também aprovaram a realização do II Encontro Mundial de Blogueiros, em novembro de 2012, na cidade de Foz do Iguaçu.

Para isso, foi constituída uma comissão internacional para enraizar ainda mais este movimento, preservando sua diversidade, e para organizar o próximo encontro.