O início da careira, antes de incomodar |
Por Lais Amaral
A primeira vez que o encontrei no Rio, foi uma agradável surpresa. Era uma noite de samba do bom, na Lapa. Não me contive e revelei que ele tinha sido craque do meu time de botão. Um ídolo dos meus tempos de botafoguense doente, lá pelos meus 14, 15 anos.
O encontrei outras vezes, no Carioca da Gema, no Bip-Bip e até num almoço na chácara Mário Hosquen, em Resende. Nessa ocasião ele participara de um amistoso entre veteranos do Flu e uma seleção da cidade.
Afonsinho em campo foi um cracaço, como poucos. Ocupou o lugar de Gerson no meio campo do Botafogo e brilhou por onde passou: Santos, Fluminense... Jogava o fino e merecia um grande jogo de despedida.
Mas sua atuação como cidadão consciente, esclarecido - numa época que a maioria dos boleiros mal conseguia decorar e repetir as frases feitas que hoje fazem muito bem - o levaram a ser estigmatizado como revolucionário (imagine isso no final dos anos 60 e inicio dos 70).
Afonsinho foi o primeiro jogador a conquistar o Passe Livre. Há 40 anos. A Velha Mídia esqueceu Afonsinho porque ele não rende dividendos em anúncios e quejandos, como Ronaldo Gordo, por exemplo. Ele é de outra cepa.
Zagalo, que a Velha Mídia tanto idolatra, uma farsa como técnico na minha opinião, como jogador não vi, mas como fez parte da melhor seleção brasileira de todos os tempos, a de 58, silencio, pois bem, esse mesmo Zagalo retrogrado e reacionário, queria que Afonsinho cortasse o cabelo e fizesse a barba.
Sua aparência também destoava do padrão do jogador de bola daquele tempo. Claro que ele não cortou o cabelo e foi banido do Botafogo. O Zagalo nos deve essa.
O craque rebelde e carismático |