quinta-feira, 25 de julho de 2013

Luciano Huck - nem tudo que reluz é ouro


O 'bom moço', Luciano Huck   (foto de: machado.zip.net)



          "A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica. E deixar cicatrizes no cérebro."  Noam Chomsky.


Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”. Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard.



Por Lais Amaral


    'Nem tudo o que reluz é ouro'. A máxima popular que me parece ter a  intenção de alertar os de boa fé para as espertezas que rolam pela vida, parece ineficaz quando o assunto é mídia. Principalmente televisão, e ainda mais principalmente, quando é Globo.

 O poder de sedução da telinha só é comparável aos penduricalhos e espelhinhos que os nossos "conquistadores" usaram para engambelar os nativos de Pindorama.

  No link abaixo um exemplo de como as pessoas são seduzidas e a partir daí podem ser enganadas chegando a acumular uma ou mais formas de prejuízo. 

  O fato que recebeu o nome de 'A Farsa do Caldeirão do Huck' relata o ocorrido com um cidadão que perdeu seu carro no programa da TV Globo apresentado por Luciano Huck. 

  Mais abaixo, as informações sobre o processo que corre na Justiça do Rio de Janeiro, pleiteando indenização por danos morais.              





As informações aqui contidas não produzem efeitos legais. 
Somente a publicação no DJERJ oficializa despachos e decisões e estabelece prazos.

Processo No 0000998-92.2007.8.19.0203
2007.203.000972-9

TJ/RJ - 25/07/2013 18:42:30 - Primeira instância - Distribuído em 24/01/2007


Regional de Jacarepaguá
1ª Vara Cível
Cartório da 1ª Vara Cível

Endereço:
Professora Francisca Piragibe   80   Forum  
Bairro:
Taquara
Cidade:
Rio de Janeiro

Ofício de Registro:
1º Ofício de Registro de Distribuição
Ação:
Indenização Por Danos Morais, e materiais C/C Obrigação de Fazer

Assunto:
Dano Moral - Outros/ Indenização Por Dano Moral, e materiais C/C Antecipação de Tutela E/ou Obrigação de Fazer Ou Não Fazer Ou Dar

Classe:
Procedimento Ordinário

Autor
JOÃO MARCELO VIEIRA
Réu
REDE GLOBO DE TELEVISÃO LTDA e outro(s)...


Advogado(s):
RJ105797  -  FABIA ANDREA BEVILAQUA VALEIKO 
RJ075342  -  JOÃO CARLOS MIRANDA GARCIA DE SOUSA
 
MG105347  -  ALESSANDRO BATISTA BATELLA
 


Tipo do Movimento:
Publicado  Decisão
Data da publicação:
29/07/2013
Folhas do DJERJ.:
705/722

Tipo do Movimento:
Enviado para publicação
Data do expediente:
23/07/2013

Tipo do Movimento:
Recebimento
Data de Recebimento:
22/07/2013

Tipo do Movimento:
Decisão - Reforma de decisão anterior
Data Decisão:
22/07/2013
Descrição:
Diante da manifestação de fls. 343, oficie-se à DIPEJ solicitando a indicação de novo perito para atuar no presente feito.
Documentos Digitados:
Despacho/Sentença/Decisão - sem certidão

Tipo do Movimento:
Conclusão ao Juiz
Data da conclusão:
19/07/2013
Juiz:
OSCAR LATTUCA


Processo(s) Apensado(s):
0000999-77.2007.8.19.0203   (2007.203.000972-9A) 

Processo(s) no Tribunal de Justiça:
0027215-68.2008.8.19.0000   (2008.002.28641) 

Local da organização interna:
E-2

Localização na serventia:
DIGITAÇÃO 18 (23/07/2013)



Os autos de processos findos terão como destinação final a guarda permanente ou a eliminação, depois de cumpridos os respectivos prazos de guarda definidos na Tabela de Temporalidade de Documentos do PJERJ.

domingo, 21 de julho de 2013

Lula aos jovens: o político que você deseja, se não estiver nos outros, pode estar dentro de você

Lula, agora também é colunista do NYT




Por Laís Amaral

Este blog andou meio ‘paradão’ nos últimos meses por motivos particulares. Andei atarefado com estudos, trabalho e problemas com meu PC. Retorno que esse artigo do Lula (agora colunista do The New York Times) avaliando o movimento recente das ruas.
  

The New York Times

Novas vozes no Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

            A juventude, conectada nas redes sociais e com os dedos ágeis em seus celulares, tem saído às ruas para protestar em diversas regiões do mundo.

Parecia mais fácil explicar as razões de tais protestos quando eles aconteciam em países sem democracia, como o Egito e a Tunísia em 2011, ou onde a crise econômica levou o desemprego juvenil a níveis assustadores, como na Espanha e na Grécia, por exemplo.

Mas a chegada dessa onda a países com governos democráticos e populares, como o Brasil, quando temos as menores taxas de desemprego da nossa história e uma inédita expansão dos direitos econômicos e sociais, exige de todos nós, líderes políticos, uma reflexão mais profunda.

Muitos acham que esses movimentos significam a negação da política. Eu acho que é justamente o contrario: eles indicam a necessidade de se ampliar ainda mais a democracia e a participação cidadã. De renovar a política, aproximando-a das pessoas e de suas aspirações cotidianas.

Eu só posso falar com mais propriedade sobre o Brasil. Há uma ávida nova geração em meu país, e eu creio que os movimentos recentes são, em larga medida, resultado das conquistas sociais, econômicas e políticas obtidas nos últimos anos.

O Brasil conseguiu na última década mais que dobrar o número de estudantes universitários, muitos deles vindos de famílias pobres. Reduzimos fortemente a pobreza e a desigualdade. São grandes feitos, mas é também absolutamente natural que os jovens, especialmente aqueles que estão obtendo o que seus pais nunca tiveram, desejem mais.

            Estes jovens tinham 8, 10,12 anos quando o partido que eu ajudei a criar, o PT, junto com seus aliados, chegou ao poder. Não viveram a repressão da ditadura nos anos 60 e 70.

Não viveram a inflação dos anos 80, quando a primeira coisa que fazíamos ao receber um salário era correr para um supermercado e comprar tudo o que fosse possível antes que os preços subissem no dia seguinte. Também tem poucas lembranças dos anos 90, quando a estagnação e o desemprego deprimiam o nosso país.

Eles querem mais. E é compreensível que seja assim. Tiveram acesso ao ensino superior, e agora querem empregos qualificados, onde possam aplicar o que aprenderam nas universidades.

Passaram a contar com serviços públicos de que antes não dispunham, e agora querem melhorar a sua qualidade. Milhões de brasileiros, inclusive das classes populares, puderam comprar o seu primeiro carro e hoje também viajam de avião.

A contrapartida, no entanto, deve ser um transporte público eficiente e digno, que facilite a mobilidade urbana, tornando menos penosa e estressante a vida nas grandes cidades.

Os anseios dos jovens, por outro lado, não são apenas materiais. Também querem maior acesso ao lazer e à cultura. E, sobretudo, reclamam instituições políticas mais transparentes e limpas, sem as distorções do anacrônico sistema partidário e eleitoral brasileiro, que até hoje não se conseguiu reformar.

É impossível negar a legitimidade de tais demandas, mesmo que não seja viável atendê-las todas de imediato. É preciso encontrar fontes de financiamento, estabelecer metas e planejar como elas serão gradativamente alcançadas.

            A democracia não é um pacto de silêncio. É a sociedade em movimento, discutindo e definindo suas prioridades e desafios, almejando sempre novas conquistas. E a minha fé é que somente na democracia, com muito dialogo e construção coletiva, esses objetivos podem ser alcançados.

Só na democracia um índio poderia ser eleito Presidente da Bolívia, e um negro Presidente dos Estados Unidos. Só na democracia um operário e uma mulher poderiam tornar-se Presidentes do Brasil.

            A história mostra que, sempre que se negou a política e os partidos, e se buscou uma solução de força, os resultados foram desastrosos: guerras, ditaduras e perseguições de minorias. Todos sabemos que, sem partidos, não pode haver verdadeira democracia.

Mas cada vez fica mais evidente que as nossas populações não querem apenas votar de quatro em quatro anos, delegando o seu destino aos governantes. Querem interagir no dia a dia com os governos, tanto locais quanto nacionais, participando da definição das políticas públicas, opinando sobre as principais decisões que lhes dizem respeito.

Em suma: não querem apenas votar, querem ser ouvidas. E isso constitui um tremendo desafio para os partidos e os lideres políticos. 

Supõe ampliar as formas de escuta e de consulta, e os partidos precisam dialogar permanentemente com a sociedade, nas redes e nas ruas, nos locais de trabalho e de estudo, reforçando a sua interlocução com as organizações dos trabalhadores, as entidades civis, os intelectuais e os dirigentes comunitários, mas também com os setores ditos desorganizados, que nem por isso tem carências e desejos menos respeitáveis.

E não só em períodos eleitorais. Já se disse, e com razão, que a sociedade entrou na era digital e a política permaneceu analógica. Se as instituições democráticas souberem utilizar criativamente as novas tecnologias de comunicação, como instrumentos de dialogo e participação, e não de mera propaganda, poderão oxigenar – e muito – o seu funcionamento, sintonizando-se de modo mais efetivo com a juventude e todos os setores sociais.

No caso do PT, que tanto contribuiu para modernizar e democratizar a política brasileira e que há dez anos governa o meu país, estou convencido de que ele também precisa renovar-se profundamente, recuperando seu vinculo cotidiano com os movimentos sociais. Dando respostas novas a problemas novos. E sem tratar os jovens com paternalismo.

            A boa noticia é que os jovens não são conformistas, apáticos, indiferentes à vida pública. Mesmo aqueles que hoje acham que odeiam a política, estão começando a fazer política muito antes do que eu comecei.
Na idade deles, não imaginava tornar-me um militante político. 

E acabamos criando um partido, quando descobrimos que no Congresso Nacional praticamente não havia representantes dos trabalhadores. Inicialmente não pensava em me candidatar a nada. E terminei sendo Presidente da República.


Conseguimos, pela política, reconquistar a democracia, consolidar a estabilidade econômica, retomar o crescimento, criar milhões de novos empregos e reduzir a desigualdade no meu país. Mas claro que ainda há muito a ser feito. E que bom que os jovens queiram lutar para que a mudança social continue e num ritmo mais intenso.

            Outra boa notícia é que a Presidente Dilma Rousseff soube ouvir a voz das ruas e deu respostas corajosas e inovadoras aos seus anseios. Propôs, antes de mais nada, a  convocação de um plebiscito popular para fazer a tão necessária reforma política. 

E lançou um pacto nacional pela educação, a saúde e o transporte público, no qual o governo federal dará grande apoio financeiro e técnico aos estados e municípios.

            Quando falo com a juventude brasileira e de outros países, costumo dizer a cada jovem: mesmo quando você estiver irritado com a situação da sua cidade, do seu estado, do seu país, desanimado de tudo e de todos, não negue a política. 

Ao contrário, participe! Porque o político que você deseja, se não estiver nos outros, pode estar dentro de você.