terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O livro 'A Privataria Tucana' esgota também em Resende




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

Por Laís Amaral
O livro-bomba do jornalista Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana” continua vendendo horrores. Os exemplares que chegaram à livraria Nobel, do Resende Shopping semana passada foram vendidos rapidamente. A livraria encomendou mais exemplares à editora que na próxima semana já devem estar nas prateleiras.
Até agora nem Canal Livre (Band), nem Marília Gabriela (SBT), nem Roda Viva (Cultura) nem Roberto D’Ávila (TV Brasil) entrevistaram o autor do bestseller que em vinte dias de lançado já vendeu cerca de 100 mil exemplares e já rendeu uma CPI para sacudir as estruturas do Congresso ano que vem. Jô Soares (Globo) saiu de férias e escapou.
Já o Boni (José Bonifácio Sobrinho), aquele que confessou que deu uma mãozinha ao Collor no debate com Lula em 89, tem espaço com todos os entrevistadores para promover o seu livro. Só a Record deu um tempo  legal para o Amaury e, claro, a blogosfera. Os blogueiros sujos fizeram a longa entrevista que está reproduzida aqui neste blog.
Mesmo com o silêncio canalha da Velha Mídia Comercial, Amaury já é uma celebridade e causa furor no ninho tucano. Abaixo a matéria da blogueira Conceição Lemes sobre a intenção do PSDB em processar o Amaury. Saiu no Viomundo, do Azenha e no Tijolaço, do Brizola Neto e agora aqui, no Boca de Siri.    
                         PSDB pretende processar
autor de A Privataria Tucana

Por Conceição Lemes
Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, disse há pouco a este blog que na próxima semana seu partido entrará com ações na Justiça contra o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro “A Privataria Tucana”, e o editor Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial e responsável pela publicação do livro.  “Vamos para cima deles. O livro está repleto de mentiras”, explica Sérgio.
Acabei de conversar, por telefone, com o jornalista Luiz Fernando Emediato sobre o assunto.
 “Vivemos num sistema democrático e nos processar é um direito do PSDB”, afirma Emediato “Consequentemente, que o exercite, se julgar conveniente.”
“Apenas advirto que o último a processar o jornalista Amaury Ribeiro Jr. se deu mal”, observa. “Além de ter resultado na inocência do jornalista, o processo fez com que ele tivesse acesso aos documentos da CPI do Banestado, que embasam parte do livro A Privataria Tucana.”
Emediato refere-se a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex- presidente da área internacional do Banco do Brasil na gestão FHC e tesoureiro de campanhas do PSDB, inclusive das de José Serra à presidência.
Ricardo Sérgio  entrou com processo contra Amaury por danos morais em função de  reportagens nas quais o denunciou. O jornalista recorreu então a um procedimento  chamado exceção da verdade, que lhe permitiu ter acesso a todos os documentos da CPI do Banestado que envolviam o Ricardo Sérgio.
Em entrevista dada a esta repórter, Amaury Ribeiro Jr. já antecipou:  “Com certeza, vou recorrer novamente à exceção da verdade para  provar que tudo o que está em A Privataria Tucana é verdade. É só me questionarem”.
Quanto à possibilidade de o PSDB processar  a Geração Editorial e/ou o seu dono, Emediato retruca: “Eu trabalhei em várias campanhas  do PSDB na década de 1990. Portanto, não me faltam documentos para eu me defender. Que venham os processos!”

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Privataria Tucana gera CPI no Congresso e um curta espetacular


botandobocanotrombone.blogspot.com



Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

Uma reportagem da TV dos Trabalhadores dessa segunda-feira, dia 19, informou que o deputado Protógenes Queiroz (PC do B) conseguiu o número suficiente de assinaturas para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias de crimes contra a economia nacional perpetrados durante as privatizações no governo de Fernando Henrique Cardoso.

A CPI foi motivada pelo recém-lançado livro-bomba do jornalista Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana” e deve começar a rolar no Congresso em fevereiro do próximo ano. Click no link abaixo e veja a matéria da TVT.



Mas enquanto “A Privataria Tucana”, não chega ao Congresso em forma de CPI, o que só acontecerá ano que vem, divirta-se com a versão do escândalo que já chegou às telas. A produção foi colocada na Blogosfera pelo blog Cloaca News. Click no link abaixo.
  

domingo, 18 de dezembro de 2011

O vídeo da década: blogueiros entrevistam autor do livro bomba contra os tucanos




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

O livro “A Privataria Tucana”, que vai gerar uma CPI, já é um bestseller que em pouco mais de uma semana está chegando à tiragem de 80 mil exemplares, revelou Luiz Fernando Emediato, editor da Geração Editorial.

E isso sem que a Velha Mídia Comercial desse alguma reverberação. Se você ainda não leu, entre no Youtube e escreva:

Blogueiros entrevistam Amaury Ribeiro Jr.

Você vai assistir à longa e reveladora entrevista concedida pelo jornalista, autor do livro bomba do ano a um grupo de destacados blogueiros.

A entrevista como o livro, expõe os porões do período das privatizações dos governos de Fernando Henrique Cardoso e o envolvimento de José Serra e seus parentes com toda a bandalheira.

No Youtube você encontra ainda outros vídeos a respeito do livro e do jornalista Amaury Ribeiro Jr.      

Quem vai ganhar com a Copa 2014 ?



tacox.blog.ipcdigital.com



Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

Quando o Brasil ganhou a chance de sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, foi aquela festa. Claro que a oposição a Lula ficou furiosa. Eram novas vitórias do Presidente a despeito de tentativas frustradas de dirigentes anteriores.  

São eventos que dependendo de como forem gerenciados podem contribuir para o crescimento de uma cidade como ocorreu com Barcelona 1992 ou amargarem dívidas e heranças incômodas como “elefantes brancos” e outro problemas como na África do Sul na Copa de 2010.

 A Fifa e o COI (Comitê Olímpico Internacional) são meio primos e percebemos em boa parte de seus dirigentes, uma voracidade por dinheiro incomuns em seres tidos como normais.

Agora mesmo testemunhamos a queda de braço entre a Presidente Dilma Roussef e seu governo, e a direção da Fifa com seus comitês de organização da Copa no Brasil e suas variantes.

Os caras querem ganhar com tudo, desde o fornecimento de material e equipamentos de estádios em construção, passando por ingressos a preços altíssimos, para torcedores Vips do mundo todo, transmissão de TV,  venda de bebida alcoólica nas praças de esporte para satisfazer patrocinadores, etc.  

Dilma vem resistindo bravamente e brigando, mas já perdeu um general pelo caminho que foi o ministro dos esportes, Orlando Silva. É preciso ficar de olho em tudo que vem na esteira desses mega eventos.

A Velha Mídia Comercial só “bate lata” contra o Governo Federal, criticando supostos atrasos nas obras dos estádios e nos aeroportos deficitários, escondendo questões mais delicadas como as denunciadas recentemente no Rio de Janeiro.
   
Confira no link abaixo o esforço de manifestantes para denunciar a fiscais do COI, o que vem acontecendo com comunidades pobres na cidade do Rio de Janeiro, por conta dos “preparativos” para Copa e Olimpíada.  

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sem o 'Brasileirão' Globo despenca na audiência



Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Lais Amaral

          Terminou o Brasileirão e a Globo despencou na audiência domingo passado. Chegou a perder da Record. É saudável a quebra da hegemonia Global, que parece, a cada dia, mais próximo.

          Não que a TV do Bispo seja o ideal. Nada disso. A TV aberta está mais para lixo que para luxo, mas o monopólio é sempre ruim. E hoje a Record faz um contraponto. Mas se amanhã ela for hegemônica, a gente não sabe como é que fica. Bom seriam três ou quatro canais dividindo a audiência.

          Quem sabe, a concorrência não ajudaria a melhorar a qualidade do que passa em nossas telinhas.  Veja o desastre que foi a falta do futebol na grade da poderosa. Faustão que o diga !

Sem Futebol, Globo tem a pior
média de sua história

Por Keila Jimenez 12/12/2011 (coluna Outro Canal)

          A Globo marcou a pior audiência de sua história. Domingo (11), sem futebol, a emissora amargou a média/dia (das 7h à meia-noite)  de 10,4 pontos, com 26% de share (participação no total de televisores ligados). 
          Foi o pior  índice de todos os tempos. Em janeiro deste ano, a rede já tinha alcançado a média de 11 pontos, sua pior audiência até então.
          Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande SP.
          Para se ter uma idéia do estrago que o fim do Campeonato Brasileiro fez na grade de domingo da Globo, a emissora registrou no domingo passado (4), com a final do "Brasileirão", média/dia de 16,1 pontos e 36% de share.
          Com a relação à ontem, a emissora perdeu cerca de 35% de audiência.
          A Record marcou no domingo (11) média de 7,8 pontos, com 20% de share e o SBT, de 6,9 pontos, com 17% de share. Nunca a distância entre as três emissoras foi tão pequena.
          Não é só seu marido que não consegue viver sem futebol. A Globo também não. No primeiro domingo (11) sem jogos do "Brasileirão" a média da emissora despencou.
          O efeito disso: Gugu conseguiu vencer Faustão. O que não ocorria há tempos. Ontem, o "Programa do Gugu" (Record) registrou média de 11 pontos de audiência ante 10 pontos do           
          "Domingão do Faustão" (Globo). Foi uma das piores médias da história da atração de Fausto Silva. Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande SP.
          No domingo, durante todo o horário de confronto de Gugu e Fausto, a Record esteve na frente. O "Domingão" chegou a marcar apenas sete pontos de audiência durante um novo quadro de pegadinhas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Belo Monte é a alternativa mais barata, diz estudo da UFRJ

Maitê Proença agora vai tirar as calças  




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral
Abaixo a matéria da repórter Sabrina Craide, da Agência Brasil sobre os números de pesquisa sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Estudo mostra que Belo Monte é mais barata e menos poluente que alternativas de geração de energia


11/12/2011 - 12h53
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil
          Brasília - A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no Rio Xingu (PA) vai trazer menos impactos ambientais do que a utilização de alternativas com energias fósseis e os custos serão menores do que outras fontes renováveis.
          A conclusão está no estudo Análise Comparativa entre Belo Monte e Empreendimentos Alternativos: Impactos Ambientais e Competitividade Econômica, elaborado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
          Na análise, os professores Nivalde José de Castro, André Luis da Silva Leite e Guilherme Dantas avaliam quais seriam as fontes alternativas a Belo Monte para o atendimento da demanda crescente por energia e os impactos ambientais dessas fontes.
          Segundo eles, caso Belo Monte não viesse a ser construída, seria necessária a implementação de fontes alternativas que suprissem a demanda, que teriam impactos ambientais maiores ou que não teriam consistência suficiente, em termos de segurança energética, para atender ao crescimento da necessidade por energia elétrica projetada para os próximos anos no Brasil.
          “Belo Monte é uma obra eficiente, que tem que ser feita. O Brasil precisa de energia e qualquer nova unidade geradora de energia causa impacto ambiental, e temos que analisar o custo-benefício em relação às outras fontes de energia. Nesse estudo fica claro que a hidrelétrica é a que apresenta o melhor custo-benefício em relação às outras fontes”, disse Castro à Agência Brasil.
          Os estudiosos apontam que o Brasil tem um grande potencial de fontes alternativas e renováveis de energia elétrica: eólica, biomassa e solar, mas a prioridade a essas fontes implicaria perda de competitividade da economia brasileira, em função do diferencial de custos em relação à hidreletricidade.
Também poderia haver problemas de garantia e segurança de suprimento em razão da sazonalidade e da intermitência dessas fontes alternativas.
“Desta forma, em um cenário em que não fosse construída a usina de Belo Monte, a construção de usinas termoelétricas seria obrigatória de forma a manter o equilíbrio e segurança entre a carga e a oferta de energia.
 A questão que se coloca é quais seriam os impactos ambientais das alternativas fósseis e a comparação deles com os impactos ambientais de Belo Monte”, avalia o estudo.
A análise aponta também que os custos de mitigação dos impactos sócioambientais da Usina de Belo Monte são de cerca de R$ 3,3 bilhões, o que é inferior ao custo ambiental que uma térmica a gás natural ocasionaria, que seria de mais de R$ 24 bilhões.
“Ou seja, a opção térmica possui um impacto ambiental quase oito vezes maior que o custo de mitigação ambiental de Belo Monte”.
Belo Monte é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve ser concluída até 2015. Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a maior hidrelétrica totalmente brasileira (Itaipu, que tem 14 mil megawatts de potência, é binacional) e a terceira maior do mundo.

 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Os senhores sérios que a Velha Mídia tanto idolatra



Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

Muita gente deve lembrar (embora a Velha Mídia Comercial não bata tanto em assuntos que não são de seu interesse) das denúncias de compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional para a provação da emenda da reeleição proposta pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Agora, sabendo de toda essa sujeira, da roubalheira que foram as privatizações no governo FHC, denunciadas no livro A Privataria Tucana,  uma pergunta que não quer calar: de onde veio o dinheiro para comprar os parlamentares ? A resposta certamente está no livro de Amaury Ribeiro Jr. que só na sexta, dia 9, dia do lançamento, vendeu 15 mil exemplares e já vai para a 2ª edição.  

Pra refrescar a memória segue abaixo uma matéria de 1997 da Folha Online em que se comprova a compra de votos de parlamentares na região Norte.     



Mercado de Voto
Deputado diz que vendeu seu voto
a favor da reeleição por R$ 200 mil


13/05/97
Editoria: BRASIL

Página: 1-6
FERNANDO RODRIGUES da Sucursal de Brasília
           O deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) vendeu o seu voto a favor da emenda da reeleição por R$ 200 mil, segundo relatou a um amigo. A conversa foi gravada e a Folha teve acesso à fita.

          Ronivon afirma que recebeu R$ 100 mil em dinheiro. O restante, outros R$ 100 mil, seriam pagos por uma empreiteira-a CM, que tinha pagamentos para receber do governo do Acre.

          Os compradores do voto de Ronivon, segundo ele próprio, foram dois governadores: Orleir Cameli (sem partido), do Acre, e Amazonino Mendes (PFL), do Amazonas.

          Todas essas informações constam de gravações de conversas entre o deputado Ronivon Santiago e uma pessoa que mantém contatos regulares com ele. As fitas originais estão em poder da Folha.

          O interlocutor do deputado não quer que o seu nome seja revelado. Essas conversas gravadas com Ronivon aconteceram ao longo dos últimos meses, em diversas oportunidades.

Outros venderam

          Nas gravações a que a Folha teve acesso, o deputado acreano diz não ser o único parlamentar que se vendeu na votação da reeleição, no último dia 28 de janeiro, quando a emenda foi aprovada, em primeiro turno, com 336 votos favoráveis na Câmara.

          ''O Amazonino marcou dinheiro para dar (R$) 200 (mil) para mim, 200 pro João Maia, 200 pra Zila e 200 pro Osmir'', diz Ronivon na gravação.
Os personagens citados são os deputados federais João Maia, Zila Bezerra e Osmir Lima, todos do Acre e filiados ao PFL.

         Outro parlamentar também recebeu dinheiro para votar a favor da reeleição, conforme explicação de Ronivon.

          Eis como Ronivon menciona esse fato em suas conversas: ''Ele (Amazonino) foi e passou (o dinheiro) pro Orleir (...) Mas no dia anterior ele (Orleir) parece que precisou dar 100, parece que foi pro Chicão, e só deu 100 pra mim.''

          Na gravação, Ronivon fazia referência a deputados do Acre. O único deputado do Acre conhecido como Chicão é Chicão Brígido (PMDB), que, sempre segundo as conversas de Ronivon, entrou no negócio na última hora. Por isso, Orleir Cameli precisou de mais dinheiro e teve de dividir uma das cotas de R$ 200 mil.

          Em alguns momentos, entretanto, o deputado sugere que Chicão Brígido e João Maia também receberam apenas R$ 100 mil.
Dos 8 parlamentares acreanos na Câmara, 6 votaram a favor da emenda da reeleição e 2 contra.
 
Venda corriqueira

          Ronivon tem comentado a sua venda de voto a favor da reeleição como se fosse algo corriqueiro. Fala com vários colegas deputados. Algumas dessas conversas casuais é que foram gravadas.

          Nessas gravações, o deputado revela detalhes de toda a operação.
Primeiro, Ronivon diz que foi contatado pelo governador do Acre, Orleir Cameli. Em troca do voto a favor da emenda da reeleição, cada deputado recebeu R$ 200 mil.

          O pagamento foi por meio de um cheque pré-datado - deveria ser depositado só depois de a votação ter sido concluída favoravelmente ao governo.

           As fitas apontam que, nos dias que antecederam a votação, cheques nesse valor foram entregues para, pelo menos, quatro deputados acreanos: Ronivon Santiago, João Maia, Osmir Lima e Zila Bezerra.

          Na gravação, Ronivon afirma que os cheques eram do Banco do Amazonas, em nome de uma empresa de Eládio Cameli, irmão de Orleir Cameli.
         Apesar de tudo acertado, a operação acabou não agradando aos deputados nem ao governador acreano. O arrependimento se deu na véspera da votação da reeleição. Era uma segunda-feira, dia 27 de janeiro passado.

''Você é infantil''

          De acordo com Ronivon, em conversas posteriores à venda de seus votos, os parlamentares começaram a avaliar que poderiam ser logrados depois da votação. Nada impediria, pensaram, que os cheques fossem sustados.
          Já aos ouvidos de Orleir Cameli chegou um alerta importante do seu colega do Amazonas, o governador Amazonino Mendes.

          Segundo Ronivon relata a seu amigo, Amazonino foi precavido e disse o seguinte a Cameli: ''Você é tão infantil, rapaz. Vai dar esse cheque para esse pessoal? Pega um dinheiro e leva''.

          Depois dessa sugestão de Amazonino Mendes, conta Ronivon Santiago, o governador do Acre ''pegou todo mundo e deu a todo mundo em dinheiro''.

          O dinheiro, emprestado a Orleir por Amazonino Mendes, só foi entregue aos parlamentares na manhã do dia da votação do primeiro turno da emenda da reeleição, 28 de janeiro, uma terça-feira, conforme a gravação.
          A entrega dos R$ 200 mil, em dinheiro, para cada deputado, foi feita mediante a devolução dos cheques pré-datados - que foram rasgados na frente de Orleir, segundo relato de Ronivon.

          A troca dos cheques por dinheiro ocorreu em um local combinado em Brasília. Cada deputado se apresentou, rasgou seu cheque na hora e recebeu o pagamento em dinheiro dentro de uma sacola.
          ''Aí chegou o Osmir, estava lá com a sacola assim... (risos). João Maia com a outra'', relata Ronivon, de bom humor, a cena da manhã que antecedeu a votação.

          ''Sou leso?'' Endividado, Ronivon diz que usou o produto da venda de seu voto para diminuir débitos bancários. O deputado disse que saldou uma dívida de ''196 pau'' (R$ 196 mil) que tinha contraído em bancos.

          Nas suas conversas, o deputado cita quatro bancos onde contraiu dívidas: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco de Brasília e Banacre (do governo do Acre).

          Ronivon diz que aproveitou também o dinheiro obtido com a venda de seu voto a favor da reeleição para resgatar cheques sem fundos que havia emitido.

          Cauteloso, não quis fazer os pagamentos logo depois da votação da reeleição. ''Sou leso?'', pergunta aos risos para seu interlocutor em uma das gravações.
          ''Leso'', segundo o ''Novo Dicionário Aurélio'', significa ''idiota'' e ''amalucado''. A pronúncia correta pede que a primeira sílaba seja tônica: ''lé-so''.

          Para evitar que fosse rastreado o dinheiro, Ronivon explica que saldou totalmente suas dívidas apenas no início de março -quando dá a entender que já teria recebido todo o pagamento pelo seu voto.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Livro de Amaury Ribeiro Jr. poderia levar FHC para a cadeia

Antes ele abafava CPIs. Agora quer abafar o livro do Amaury




Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral

Paulo Henrique Amorim, no seu Blog Conversa Afiada destaca o epílogo do livro de Amaury Ribeiro Jr. A Privataria Tucana chamando atenção para o fato de que Fernando Henrique Cardoso poderia ser preso, a partir das denúncias do livro. E cita casos simétricos ocorridos em países vizinhos. Leia abaixo:
No México, o presidente Carlos Salinas de Gortari, santo padroeiro das privatizações (ele entregou o México ao Slim) fugiu para Nova York num jatinho.

          O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez Lozada, que entregou até a água do país, fugiu para Miami aos gritos de “assassino !”.
Fujimori, o campeão das privatizações peruanas, admitiu pagar propinas ou “briberization” – expressão do Joseph Stiglitz, que o Amaury gosta de usar – no valor de US$ 15 milhões.
Na Argentina, ninguém, mais fala “Menem”. Quando é para se referir ao herói da privatização argentina, “el saqueo”, o presidente Carlos Menem, se diz “Mendéz”, para não dar azar.
Menem fugiu para o Chile atrás de uma starlet e voltou para a Argentina munido de um mandato de Senador, para não ir em cana.
Aqui, levam o Fernando Henrique a sério. Serra, Ministro do Planejamento, e o Farol de Alexandria (FHC) presidiram à maior roubalheira das privatizações latino-americanas.
Não há o que se compare ! O Daniel Dantas lavou e deslavou dinheiro. O Carlos Jereissati e Sergio Andrade compraram a Telemar com ajuda de uma “briberization” ao Ricardo Sérgio.
A ‘Vale’ também teve “briberization”, ofertada ao mesmo chefe da Tesouraria das campanhas de Cerra e Fernando Henrique.
O Ricardo Sergio lavou, deslavou, cuidou da filha do Serra e do genro do Serra. O Farol de Alexandria entra no diálogo com o André Lara Rezende a tramar um lance da privatização.
Entre o Ministério das Comunicações e o BNDES entrava consorcio por uma porta, saía outro pela outra, entrava a Previ por um lado, o dinheiro do Banco Brasil por outro, a Elena saía por uma porta, o Arida entrava pela outra – tudo no limite da “irresponsabilidade !”.
 
“Se der m …”
Com o Amaury, deu, amigo navegante !
Deu “m…”
Roubaram em todos os tempos e modos, diria o Vieira.

         Segundo o Aloysio Biondi, que analisou o papel das “moedas podres” e dos empréstimos do Mendonção no BNDES, O BRASIL DO FHC E DO SERRA PAGOU, PAGOU PARA VENDER AS EMPRESAS ESTATAIS.
          O Amaury cita o Bresser Pereira: “só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixas e móveis”.

         “Um bobo ou esperto”, ponderou o Amaury. Espertíssimo !

         O Delfim costuma dizer que o Serra e o FHC “venderam o patrimônio e endividaram o país !”. Dois gênios ! E espertos ! (Para dizer pouco !, não é isso Rioli, Preciado ?)
          E o FHC com isso ? Nada ? Presidiu a roubalheira e não vai parar na Justiça ?
Todo mundo roubava e ele ali, a ler Max Weber …
A roubalheira no primeiro andar e ele na cobertura a tomar vinho francês.

         O Fujimori na cadeia, o Sanchez Lozada em Miami, o Salinas escondido num bunker na cidade do México, o Mendéz refugiado no Senado, e o Farol de Alexandria no Roda Morta (Roda Viva, programa da TV Cultura) Brasil) a pregar a Moralidade !

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Livro mostra lamaçal tucano com Serra em destaque

Querem tirar o livro do Amaury das livrarias

 
Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).



Por Laís Amaral
         A Geração Editorial autorizou a divulgação de um capítulo do livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr. O livro bomba mais esperado desde a eleição do ano passado.

         Leia a baixo o capítulo 11, publicado no blog Viomundo do Luiz Carlos Azenha. Um mandado de apreensão do livro é a mais nova ação de violência e censura perpetrada pelos aristocratas tucanos.

Enquanto livro não volta às estantes, leia também matéria sobre o livro na Carta Capital que chega às bancas nesta sexta, dia 9.


Capítulo 11

Amaury Ribeiro Jr.: Quem é o Doutor Escuta
Derrotado na disputa à Presidência da República, José Serra gastou boa parte da campanha eleitoral de 2010 resmungando contra “espiões” que estariam bisbilhotando a vida de sua filha Verônica e de ilustríssimas figuras de seu partido.
Sua aliada, a mídia encarregou-se de reverberar seus protestos, turbinando-os com altos decibéis. A arapongagem teria raiz no “núcleo de inteligência” montado por petistas, cuja existência nunca foi provada. Serra sempre refutou, também com veemência, adotar práticas semelhantes às que supunha ver praticadas por seus adversários.
Mas as relações de Serra com o submundo da espionagem foram levantadas pelo próprio autor. Faltava, no entanto, prová-las. Este capítulo traz essa prova cabal, os documentos inéditos que comprovam definitivamente o que todo mundo sempre soube. Serra costuma recorrer ao submundo da espionagem para vasculhar a vida de seus adversários políticos.
A papelada cedida ao autor pelo jornalista Gilberto Nascimento evidencia que o então governador paulista contratou, sem licitação, por meio da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), a empresa Fence Consultoria Empresarial.
A Fence é propriedade do ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), o legendário coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontelle, 73 anos, conhecido na comunidade de informações como “Doutor Escuta”.
A empresa do “Doutor Escuta” foi contratada por R$ 858 mil por ano “mais extras emergenciais” — pagos pelo contribuinte — no dia 10 de julho de 2008. Vale lembrar que nessa época a vida particular do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves estava sendo espreitada por arapongas no Rio de Janeiro, onde a Fence está sediada. Talvez isso explique por que a Prodesp tenha invocado “inelegibilidade” para contratar a empresa do araponga sem licitação.
Em outras palavras, a Prodesp afirma que o “Doutor Escuta” não tinha concorrentes à altura para realizar o serviço. Conforme o contrato, entre outros serviços, a Fence é responsável pela “detecção de incursões eletrônicas nas instalações da Prodesp ou em outras localizações de interesse da empresa”.
Isto significa que a empresa tem como acessar os dados pessoais de funcionários públicos, de juízes e até de parlamentares por uma simples razão: a Prodesp é a responsável não só pela folha de pagamento, mas também por todos os serviços de informação do Estado. Ou seja, o contrato concede à firma do “Doutor Escuta” o direito de invadir esses dados na hora que bem entender. Até o fechamento deste livro (final de junho) o governador Geraldo Alckmin (PSDB) mantinha o contrato com a empresa de Fontelle.
E o que o delegado federal e ex-deputado, também federal, Marcelo Itagiba, tem a ver com isso? A resposta quem fornece é o próprio currículo do coronel. O “Doutor Escuta” jacta-se de haver integrado o seleto grupo de arapongas que Serra, quando era ministro da Saúde de FHC, montou na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Sob a batuta de Itagiba, além do coronel Fontelle, estavam ainda mais dois personagens destas páginas. Um deles, o ex-agente do SNI Fernando Luiz Barcellos, de alcunha “agente Jardim”. E… adivinhe quem mais! Sim, ele mesmo, o delegado Onézimo das Graças Sousa, aquele mesmo frequentador do restaurante Fritz, da confeitaria Praline e das páginas da Veja e dos jornalões em 2010.
O ninho de arapongas da Anvisa foi desativado pelo próprio Serra, o que aconteceu após a imprensa denunciar que a vida privada de servidores do Ministério da Saúde e de desafetos do então ministro — entre eles seu colega, o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, falecido em 2010 — estaria sendo esquadrinhada.
 Na época, o argumento de Serra para a arregimentação de arapongas foi o medo. Receava ser grampeado por representantes das indústrias de medicamentos, que teriam sido contrariados por medidas do governo.
Coincidentemente, o “Doutor Escuta” e os demais pássaros foram contratados em 2002, quando partidários do PFL (atual DEM) denunciaram a suposta vinculação de setores do governo do PSDB com os grampos fatais à candidatura pefelista à Presidência da República.
Teriam levado a Polícia Federal a descobrir que a empresa Lunus, de propriedade da candidata Roseana Sarney e de seu marido Jorge Murad, guardava R$ 1,34 milhão em seu cofre. Suspeita-se que o dinheiro alimentaria a campanha do PFL, implodida ali mesmo pela apreensão.
O “Doutor Escuta” vem de longe. Foi no período do presidente João Baptista Figueiredo que ele se integrou à comunidade de informações. Entrou pelas mãos do ex-ministro-chefe do SNI, Octávio Medeiros. Seu rumo foi o Garra, braço armado das ações clandestinas e a arma mais letal do SNI durante a ditadura.
Fontelles recebeu a tarefa de modernizar o arsenal tecnológico do órgão. Como seu próprio codinome esclarece, o “Doutor Escuta” comandou uma equipe de trabalho que desenvolveu aparelhos de escuta com tecnologia nacional que substituiram os importados.
Faziam parte do seleto grupo do Garra os coronéis Ary Pereira de Carvalho, o “Arizinho”; e Ary de Aguiar Freire, acusados de participar do complô que resultou no assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten em outubro de 1982.
Dois meses antes de morrer, o jornalista compôs um dossiê. No chamado Dossiê Baumbarten, os dois Arys são acusados de terem participado da reunião em que foi selada a morte do jornalista.
O sargento Marival Dias, do CIE (Centro de Informação do Exército), soube da morte do jornalista antes mesmo de seu desaparecimento ser anunciado. Disse ao autor que Baumgarten teria sido executado pelo “Doutor César”, codinome do coronel José Brant, também do Garra, a exemplo de Fontelles. Agente do CIE em Brasília, Dias teve acesso a um informe interno onde se afirmava que a morte se devia a Brant.
Em uma operação do Garra para intimidar Baumgarten, o “Doutor César” teria se excedido e matado o jornalista. Isto o teria obrigado a eliminar duas testemunhas: a mulher de Baumgarten, Janete Hansen, e o barqueiro Manuel Valente. A reportagem publicada na revista IstoÉ nunca foi desmentida.
Aos seus clientes, o coronel Fontelles costuma dizer que sua empresa presta serviços de contraespionagem e não espionagem. Como veremos mais à frente, foi justamente esse trabalho, ou de contraespionagem, que acabou envolvendo o autor no episódio da suposta quebra de sigilo de Verônica Serra durante a campanha presidencial de 2010.



 
Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).