quarta-feira, 30 de maio de 2012

Veja, desesperada, tenta mudar foco caluniando Lula





Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard.




Por: Lais Amaral 

           A matéria abaixo foi publicada originalmente no Blog Carta Aberta. Ela vem esclarecer mais uma imunda calúnia da revista Veja, totalmente desmoralizada com o advento Carlinhos Cachoeira. 

           Pra tentar mudar o foco que expõe o seu jornalismo de esgoto e o seu envolvimento com o que há de pior na República, joga pesado contra o maior nome da politica nacional, o ex-presidente, Lula. 

            O ex-presidente do STF, Nelson Jobim, que não morre de amores pela Esquerda desmentiu a revista. Leia e aumente sua certeza de que a Veja não faz jornalismo. Ela é um braço da política conservadora e canalha que mandou no pais por séculos.   

Jobim desmente Gilmar Mendes sobre "chantagem de Lula". Veja, no desespero, coloca ex-presidente do STF na fogueira.  Em quem a povo vai crer: na versão de Mendes publicada na revista ou em Lula? Fácil resposta...


          Comentário, como quem não quer nada: Oras, se o encontro com Lula, como afirma Gilmar Mendes, ocorreu em 26 de abril, no escritório de Nelson Jobim, e, segundo o que publicou a Veja e que foi repercutido imediata e entusiasticamente, por Estadão e Folha de São Paulo, tivesse havido a tal chantagem contra um ministro do Supremo Tribunal Federal, por que, apenas um mês depois isto teria sido levado a público? 

          Afinal, segundo descreve Mendes, esta conversa teria acontecido com toda franqueza e objetividade. Precisaria o ministro da mais alta corte do país pensar um mês inteiro para entender tratar-se de chantagem aquilo o que sustenta ter sido conversado?

Para que esperar trinta dias para denunciar tão grave acontecimento?

Pauta combinada com Veja, para repercussão oportuna?

         Gilmar Mendes afunda-se no desespero daqueles que estão submergindo no mar de lamas do esquema Cachoeira, tal qual a revista Veja, veículo de comunicação que divulga tão somente a palavra de um suspeito de ter operado, junto com Demóstenes Torres, para abrir caminho para Carlinhos Cachoeira.


Gilmar Mendes & Veja: a pauta do desespero

          A revista que arrendou uma quadrilha para produzir 'flagrantes' que dessem sustentação a matérias prontas contra o governo, o PT, os movimentos sociais e agendas progressistas teve a credibilidade ferida de morte com as revelações do caso Cachoeira. 

          VEJA sangra em praça pública. Mas na edição desta semana tenta um golpe derradeiro naquela que é a sua especialidade editorial: um grande escândalo capaz de ofuscar a própria deriva. À falta dos auxilares de Cachoeira, recorreu ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que assumiu a vaga dos integrantes encarcerados do bando para oferecer um 'flagrante' à corneta do conservadorismo brasileiro. Desta vez, o alvo foi o presidente Lula. 

           A semanal transcreve diálogos narrados por Mendes de uma inexistente conversa entre ele e o ex-presidente da República, na cozinha do escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Gilmar Mendes --sempre segundo a revista-- acusa Lula de tê-lo chantageado com ofertas de 'proteção' na CPI do Cachoeira. Em troca, o amigo do peito de Demóstenes Torres, com quem já simulou uma escuta inexistente da PF (divulgada pelo indefectível Policarpo Jr, de VEJA, a farsa derrubou o diretor da ABI, Paulo Lacerda), deveria operar para postergar o julgamento do chamado 'mensalão'.
 

           Neste sábado, Nelson Jobim, insuspeito de qualquer fidelidade à esquerda, desmentiu cabalmente a versão da revista e a do magistrado. Literalmente, em entrevista ao Estadão, Jobim disse:
 

       -  'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão; tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala (não na cozinha); o Lula saiu antes; durante todo o tempo nós ficamos juntos", reiterou. 

           A desfaçatez perpetrada desta vez só tem uma explicação: bateu o desespero; possivelmente, investigações da CPI tenham chegado perto demais de promover uma devassa em circuitos e métodos que remetem às entranhas da atuação de Mendes e VEJA nos últimos anos. 

          Foram para o tudo ou nada. No esforço para mudar o foco da agenda política e criar um fato consumado capaz de precipitar o julgamento do chamado 'mensalão', jogaram alto na fabricação de uma crise política e institucional. O desmentido de Jobim nivela-os à condição dos meliantes já encarcerados do esquema Cachoeira. A Justiça pode tardar. A sentença da opinião pública não.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Franklin Martins prega cumprimento da Constituição no 3º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas



Por Lais Amaral 

III Encontro Nacional de Blogueiros tem programação e 
local confirmados Programação final do III BlogProg

          A chuva intermitente em Salvador, a greve dos ônibus e uma série de eventos acontecendo no centro da cidade, contribuíram para o atraso de uma hora no início do 3º Encontro dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), que está acontecendo no Hotel Sol Bahia, no bairro Patamares, na orla de Salvador.    

          O presidente do Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, entidade organizadora do evento - o jornalista e blogueiro, Altamiro Borges abriu o encontro que teve um toque de emoção com um vídeo gravado pelo ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, saudando os participantes do Encontro. 

          O jornalista e blogueiro, Paulo Henrique Amorim, também participou da abertura e leu um poema do poeta romântico baiano Castro Alves, que já citava a importância da Imprensa.    
          
          O ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins abriu o debate "Nas redes e nas ruas pela democratização da comunicação" e bateu na tecla de que o movimento por um marco regulatório das comunicações eletrônicas deve usar a Constituição. Exigir a regulamentação dos artigos relacionados à democratização das comunicações. 

         Para Franklin isso já será o suficiente para pressionar o Congresso Nacional a discutir a questão, com uma "arma" que está ao alcance dos parlamentares. Pois - disse Franklin, o debate vai passar pelo Congresso, "e isso é inevitável".   
         Participaram da mesa de debate, o deputado Emiliano José (Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação (Frentecom); Rosane Bertotti (coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); Robinson Almeida – secretário de Comunicação Social do Governo da Bahia e Bárbara Lopes (Blogueiras feministas).



           Confira o programa do Encontro.

26 de maio, sábado
9 horas – Em defesa da blogosfera e da liberdade expressão: – Paulo Henrique Amorim (SP); – Lucio Flavio Pinto (PA); – Emílio Gusmão (BA); – Esmael Moraes (PR); 11 horas – Mídia e blogosfera: experiências internacionais: – Ignácio Ramonet (Le Monde Diplomatique – França); – Andres Thomas Conteris (Democracy Now e Ocuppy Wall Street – EUA); – Osvaldo Leon (Agência Latinoamericana de Informação – Equador); – Iroel Sanchez (Blog La Pupila Insomne – Cuba);
14h30 – Mesas autogestionadas simultâneas
1- A batalha pelo marco civil da internet (responsável: Renata Mielli) – João Arruda (deputado federal do PMDB/PR e presidente da comissão que analisa o projeto); – Jandira Feghali (deputada federal do PCdoB/RJ e integrante da comissão) – Sérgio Amadeu (integrante do Comitê Gestor da Internet); – Renata Mielli (diretora do Centro de Estudos Barão de Itararé);
2- Estado laico, religião e diversidade na mídia (responsável: Daniel Dantas Lemos): – Pastor Marcos Dornel; – Jean Wyllys – deputado federal do PSOL/RJ;
- Pastor Marcos Monteiro;
3- Direito de resposta e o novo marco regulatório. (Responsável: Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação)
4- Cobertura política sem sexismo (responsável: blogueiras feministas);
- Bárbara Lopes;
- Marília Moschkovich;
- Maíra Kubik Mano;
- Tâmara Freire;
5- Liberdade de expressão e direitos humanos (responsável: Tiago Aguiar);
- Adriana Amorim;
- Marcelo Barreto;
- Tiago Aguiar
* Exibição do documentário “Gente de ferro e de flor”
16h30 – Mesas autogestionadas simultâneas
6- A mídia e as eleições na Venezuela (responsável: Igor Felippe): – João Pedro Stedile (coordenação do MST); – Maximilien Arvelaiz (embaixador da Venezuela no Brasil); – Fernando Moraes (Jornalista); – Eric Nepomuceno (Jornalista);
7- A viabilidade de um jornal diário (responsável: Sérgio Telles) – Paulo Salvador – Rede Brasil Atual; – Claudia de Abreu – (Sindipetro do Rio de Janeiro); – Vito Giannotti – Núcleo Piratininga de Comunicação;
- Paulo de Tarso (Federação dos Bancários do Espírito Santo);
8- Oficina prática de WordPress (responsável: Tatiane Pires);
9- Redes sociais e subjetividade (Responsável: Conselho Federal de Psicologia);
- Marilda Castelar (CPF);
- Roseli Goffman (CPF e FNDC).
10- Cinema autogestionado (responsável: Carlos Pronzato);
18 horas – Apresentação e debate sobre Associação de Apoio Jurídico à Blogosfera:
- Rodrigo Sérvulo e Rodrigo Vianna;
19 horas – Lançamento oficial do Blogoosfero –plataforma livre e segura para a blogosfera e redes sociais;
Responsáveis: Fundação Blogoosfero, Colivre, TIE-Brasil e Paraná Blogs;

27 de maio, domingo:
9 horas – Reuniões em grupo – troca de experiência, balanço da blogosfera e desafios futuros;
11 horas – Plenária final – aprovação da Carta de Salvador e eleição da nova comissão nacional;
14 horas – Primeira reunião da comissão nacional eleita

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jornalismo de esgoto da Veja fede mais a cada dia





Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard


Deu no R7 neste 1º de maio



          Em uma conversa gravada pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira e Idalberto Matias comentam a repercussão de uma matéria publicada na Veja que afirma que o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz manipulou a operação Caixa de Pandora, que resultou na queda se seu antecessor José Roberto Arruda.

          O grupo do bicheiro teria fornecido informações para a reportagem. Em outra conversa, Cachoeira menciona Policarpo Júnior, diretor da Sucursal da Veja em Brasília, para quem teria falado para continuar denunciando Agnelo. Policarpo e Roberto Civita, dono da editora Abril, podem ser convocados para prestar esclarecimentos à CPI.

Confira no link abaixo:

Deputado diz que Veja financiou 'Cachoeira'






Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

Por Lais Amaral

         A entrevista do deputado Fernando Ferro do PT de Pernambuco, dificilmente teria espaço em algum veículo da Velha Mídia Empresarial. O corporativismo e, mais que isso, o “rabo preso”, certamente impediria.
Por isso a importância de outras mídias, como a Rede Brasil Atual, para ratificar a necessidade da democratização dos meios de comunicação. Abaixo a entrevista concedida pelo deputado ao Site da Rede Brasil Atual. É nitroglicerina na veia.

São Paulo – Depois de subir à tribuna da Câmara e dizer que a revista Veja é “o próprio crime organizado fazendo jornalismo”, o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) afirmou em entrevista à Rede Brasil Atual que o veículo de comunicação "fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento", referindo-se à rede ilegal de atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira
O deputado defendeu que os responsáveis pela revista prestem esclarecimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar a rede ilegal de atuação de Cachoeira e que sejam tratados como réus. Escutas feitas durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostraram conexões entre o grupo do contraventor e o diretor da sucursal de Brasília da publicação semanal, Policarpo Júnior. 
Este mês, Veja divulgou reportagem afirmando que a CPMI é uma "cortina de fumaça" criada pelo PT para desviar o foco do julgamento do mensalão, que será realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia levou Ferro a lamentar que a revista atue desta maneira.
Perguntado se a convocação de representantes do Grupo Abril não afetaria a liberdade de imprensa, Ferro afirmou que as atividades de Veja tem conexão o crime organizado, e não com o jornalismo. Para o parlamentar, o dono da Editora Abril, Roberto Civita, deve ser tratado como réu nessa investigação.
Confira abaixo a íntegra da entrevista com o deputado Fernando Ferro, um dos candidatos a integrar a CPMI do Cachoeira.


Por que levar um órgão de imprensa a uma CPMI?
Caberia ao órgão de imprensa trazer esclarecimentos sobre essa relação, o porquê de tantos telefonemas identificados na investigação da Polícia Federal.
Você falou em requerer a presença de Roberto Civita.

Independentemente de quem seja, o Civita ou não, os responsáveis pela Veja terão de responder sobre isso. 

Há uma relação da Veja com essas atividades ilegais?

É uma relação estranha, que tem laços de cumplicidade com esse submundo. Na verdade, isso vem lá de trás, em vários momentos. Essas denúncias espetaculosas da Veja, todas elas estão sendo lastreadas por esse processo de espionagem e ‘arapongagem’. Em termos de ética jornalística, isso é muito questionável. A Veja fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento.

Isso poderia colocar em risco a liberdade de imprensa?

A Veja tenta formar uma ideia de que nós estaríamos querendo restringir a liberdade de imprensa. Essa é uma medida esperta e calhorda dela de justificar a sua ação criminosa. Eles querem falar em nome de toda a imprensa, mas não é verdade, essa prática, esse estilo, é próprio da Veja. Ou seja, ela praticou ações criminosas e agora quer colocar o conjunto da imprensa no Brasil como vítima. Ela é ré, vai ter que trazer esclarecimentos à CPI.

Há quem defenda esse tipo de jornalismo a qualquer custo.

Essas ações da Veja têm tudo a ver com crime organizado, não com jornalismo.

Por que no Brasil há uma tendência de punir exclusivamente os políticos que estão envolvidos em atividades ilegais, sendo que por diversas ela possui muitos lados?
Há uma ação política e ideológica de incriminar um partido político, ou uma orientação, ou uma corrente política. Na verdade, não há uma preocupação com a informação, estão preocupados em incriminar alguém que está governando o país.
O senhor está falando da Veja, especificamente?

A Veja criou a figura do bandido colaborador, que é alguém que atende aos interesses dela, e o qual ela criou um nível de promiscuidade tão grande que você nem sabe quem é mais bandido. Na verdade, os dois são.

Em sua opinião, quem mais deve ser chamado para depôr na CPI?
A partir da investigação da Operação Monte Carlo, você tem os vínculos de articulação criminosa, de envolvimento entre os personagens dessa teia criminosa, então todos eles, tanto agentes públicos quanto privados, deverão ser chamados para prestar esclarecimentos.

Apesar da aprovação recorde de Dilma, Lula é o favorito para 2014






Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

Por Lais Amaral

          O jornalista Josias de Souza comenta a pesquisa do Instituto Data Folha, divulgada no fim da semana passada (22/04) que além de demonstrar mais um recorde de aprovação do Governo Dilma, revelou que o prestígio de Lula continua intacto junto à maioria da população.  

Josias de Souza
Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo, acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o ex-soberano continua na pista.

2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a pista é de Dilma.

3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra, 52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo. Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí” demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse contingente caiu para 41%.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se disser em público o que rumina em privado será visto não como alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água, acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a “ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.