quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O maior atentado terrorista foi mesmo em 1945

Como também se constrói uma nação encabrestada (G1-Globo)


Por Laís Amaral

Tanto se falou em 11 de setembro nos últimos dias que deu para confundir. A nossa data maior no mês não é 7 de Setembro ? Pois é.
Houve um tempo em que nos faziam sentir como filiais do Grande Irmão do norte. Nesses últimos dias a sensação voltou com força.
Essa coisa de maior atentado terrorista de todos os tempos é texto de Renato Machado, Alexandre Garcia e outros batráquios.
O maior atentado terrorista não foi cometido por nenhum grupo terrorista e sim por uma Nação. Ou melhor, por, uma elite capitalista que domina uma Nação.
O maior atentado de todos os tempos aconteceu no dia 6 de agosto de 1945, foram as bombas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Mais de 200 mil mortos, civis, e com seqüelas até hoje. O Japão já estava entregue. Mas eles tinham que mostrar que tinham a força, a novidade nuclear.    
Em meio a tantos programas, entrevistas, documentários e propaganda pró-americana, deu para pinçar a matéria feita pelo CQC nessa segunda-feira.
O Rafael Bastos entrevistou em Nova York alguns americanos que faziam manifestação de protesto contra as muitas guerras que seu país se mete.
Foi bem legal ouvir de alguns manifestantes, que a Velha Mídia de lá faz a cabeça das pessoas. Muitos acreditam em tudo e se sentem como vítimas do malvado Bin Laden, da Alqaeda, do Kadaf, etc.
A Velha Mídia de cá repete a de lá e passa uma idéia de que existe uma unanimidade entre a população americana com relação ao ‘Terror’ e coisa e tal.
A matéria do Rafinha mostrou que existe vida inteligente nos states e que não deixa a cabeça ser feita pela Velha Mídia comercial.
Pra refrescar a cabeça do pessoal com relação ao tema sugiro rever no You Tube o documentário de 2004 do cineasta americano, Michael Moore. Está divido em 12 partes e dublado. Ajuda a formar opinião:  
“Fahrenheit 11 de Setembro”

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Água de Passarinho, na Bienal do Rio, domingo, dia 11




Por Laís Amaral
Neste domingo, dia 11, estarei na Bienal do Livro, no Rio Centro, no estande da All Print Editora, no lançamento do meu livro de poemas, “Água de Passarinho”. O estande é o Q-22 no Pavilhão Verde e o horário: entre 13 e 15 horas.
Não existe a menor possibilidade de se repetir o sucesso que foi o lançamento em Resende, dia 30 de agosto no restaurante ‘Uai Su’. Na ocasião, uma trupe de artistas locais comandados pelo músico Guido de Castro, promoveu um sarau lítero-musical que foi o maior show. Mas estaremos lá, nessa grande festa dos livros.        
Em Resende o livro está sendo vendido na Revistaria Agulhas Negras, na Av. Alfredo Whately, em Campos Elíseos, ou diretamente comigo. O livro de 109 páginas tem poemas livres na primeira parte e sonetos, na segunda. Abaixo um soneto de protesto contra a colonização cultural:

31 de Outubro  (Dia do Saci)
Vaza vento ventania
Corrupio num lampejo
Na corrida ainda assobia
De galhofa, de gracejo

Mão furada e uma perna
Roda no redemoinho
Bate as asas na baderna
É Matita o passarinho

Solta bicho, ri do homem
Monta mula, lobisomem
Olhos rubros estopim

O moleque zombeteiro
É o Sarnento brasileiro
Faz xixi no halloween

Também no domingo o médico amigo, Djalma Carneiro, também de Resende, lança no estande da Líteris, o livro ‘Mitologia para Jovens’, no Pavilhão Laranja. Boa sorte pra ele.

A marcha dos cansados, mais uma super-produção...




Por Laís Amaral
A Velha Mídia vem de algum tempo armando um circo, naquela sua surrada prática golpista.
A partir das manifestações de jovens mobilizados pelas redes sociais que fizeram sucesso contra ditaduras como de Hosni Mubarac no Edito e em democracias ocidentais como a Espanha, iniciou-se no Brasil a movimentação.
 Começaram exaltando a capacidade de indignação daqueles manifestantes enquanto “exigiam” um contraponto dos nossos ‘caras pintadas’ ou coisa que o valha. Poderia ser até mesmo uma ‘Marcha com Deus’ versão terceiro milênio.
O importante era que a ‘indignação’ viesse à tona e ocorresse algo que fosse entendido como uma insatisfação popular contra o governo eleito. Na verdade contra o que representam o governo popular instalado desde a eleição de Lula.
Ao mesmo tempo, que bajulam a Presidente Dilma tentam mostrar que Lula deixou uma herança maldita. Se arrepiam só de pensar que depois de Dilma, Lula pode voltar e continuar mantendo longe do poder aqueles que por séculos se banquetearam e dilapidaram nossas riquezas. Ou facilitaram isso.
No Dia 7 de Setembro aconteceram enfim as tais manifestações, chamadas de marchas contra a corrupção. Uma insinuação pérfida de que essas práticas tiveram início nos governos do PT. Ao contrário, são esses governos que estão colocando o lixo à mostra e tentando limpar a sujeira.     
O próprio Lula em 2008 enviou ao Congresso um projeto de lei transformando a corrupção em crime hediondo. Vê se votaram !
O que se viu na verdade nas manifestações, fraquinhas por sinal, foi muito folclore e gente atirando para todas as direções como em Brasília contra a absolvição da deputada Jaqueline Roriz, o ‘mensalão do DEM’ do DF, contra Zé Dirceu, contra Ricardo Teixeira (CBF)  e até contra a velha mídia comercial.
Em alguns momentos da marcha, ressuscitaram uma palavra de ordem famosa nos anos 80: “O Povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Mesmo a manifestação tendo sido claramente forjada e sem organicidade, ficou a impressão de que o tiro saiu pela culatra.  
 
        

Você é daqueles que diz: eu sou o que eu leio ?



Por Laís Amaral
Dois dos mais prestigiados e respeitados jornalistas e blogueiros do país, Altamiro Borges e Luis Nassif comentaram a nojenta edição da Revista Veja, semana passada, atacando de forma criminosa o ex-ministro José Dirceu. Esses artigos estão reproduzidos abaixo.
Tem gente que ainda acredita na seriedade desses mafiosos donos da imprensa brasileira, esses verdadeiros sanguessugas do dinheiro público. O sujeito lê a Veja e se sente informado e comunga com seus articulistas a visão preconceituosa e bandida contra a maioria dos brasileiros.
Na maioria dos casos e mesmo falta de informação sobre o mundo real da comunicação no país. Por isso recomendo a leitura dos artigos como forma de reflexão. NÃO SEJA ENGANADO !
Claro que há quem concorde com os “caras”, por alinhamento político ou por pertencerem à elite burguesa e perversa. Ou até querer pertencer a essa elite.

Pela privatização da revista Veja

Por Altamiro Borges
A ação criminosa da Veja contra o ex-ministro José Dirceu – tentativa de invasão do seu apartamento e filmagens ilegais no hotel – já não surpreende. Há muito tempo que a revista da famiglia Civita não tem mais nada de jornalismo e comete crimes parecidos com os praticados pelo mafioso Rupert Murdoch.
O que surpreende é que esta revista ainda abocanhe tanta publicidade de governos – inclusive dos que são vítimas de suas ações levianas. Reproduzo matéria sobre o tema de setembro de 2009.

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Numa conversa descontraída no aeroporto de Brasília, o irreverente Sérgio Amadeu, professor da Faculdade Cásper Libero e uma das maiores autoridades brasileiras em internet, deu uma idéia brilhante.
Propôs o início imediato de uma campanha nacional pela privatização da Veja. Afinal, a poderosa Editora Abril, que publica a revista semanal preferida das elites colonizadas, sempre pregou a redução do papel do Estado, mas vive surrupiando os cofres públicos.
“Se não fossem os subsídios e a publicidade oficial, as revistas da Abril iriam à falência”, prognosticou Serginho.

As “generosidades” do governo Lula

Pesquisas recentes confirmam a sua tese. Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo, descobriu no Portal da Transparência que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139, 55 para compra de livros didáticos.
Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país… Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos”.
Indignado, Carlos Lopes criticou. “O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente seu panfleto – a revista Veja”.
Realmente, é um baita absurdo que o governo Lula ajude a “alimentar cobras”, financiando o Grupo Abril com compras milionárias de publicações questionáveis, isenção fiscal em papel e publicidade oficial.
Não há o que justifique tamanha bondade com inimigos tão ferrenhos da democracia e da ética jornalística. Ou é muita ingenuidade, ou muito pragmatismo, ou muita tibieza. Ou as três “virtudes” juntas.

A relação promiscua com os tucanos

Já da parte de governos demos-tucanos, o apoio à famíglia Civita é perfeitamente compreensível. Afinal, a Editora Abril é hoje o principal quartel-general da oposição golpista no país e a revista Veja é o mais atuante e corrosivo partido da direita brasileira.
Não é de se estranhar suas relações promiscuas com o presidenciável José Serra e outros expoentes do PSDB-DEM. Recentemente, o Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao grupo direitista.
José Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo.
Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

O mensalão da mídia golpista

Segundo o blog NaMariaNews, que monitora a deterioração da educação em São Paulo, o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras, como Globo e Folha.
Os dados são impressionantes e reforçam a sugestão de Sérgio Amadeu da deflagração imediata da campanha pela “privatização” da revista Veja. Chega de sugar os cofres públicos! Reproduzo abaixo algumas mamatas do Grupo Civita:

- DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara “inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura:01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Para não parecer perseguição à asquerosa revista Veja, cito alguns dados do blog sobre a compra de outras publicações.
O Diário Oficial de 12 de maio passado informa que o governo José Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, que desde a “ditabranda” viu desabar sua credibilidade e perdeu assinantes.
Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60. Depois estes veículos criticam o “mensalão” no parlamento.



O ponto sem retorno de Veja
        Por Luis Nassif

Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.
Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista.
Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista.
Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista.
Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".
Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação.
Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.
        Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.