“Com
o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil
quanto ela mesma”. Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um
século)
"A imprensa deixou há
muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular." Prof. Andrew Oitke, catedrático de
Antropologia em Harvard.
"A imprensa
pode causar mais danos que a bomba atômica. E deixar cicatrizes no
cérebro." Noam Chomsky.
Postado no Blog do Ricardo Kotcho em 21/11/2012 -
Justiça e política estão ficando como
o futebol: uma caixinha de surpresas. De uma hora para outra, pode mudar tudo.
Ao mesmo tempo em que a Justiça
condenava e mandava soltar Carlinhos Cachoeira, na noite de terça-feira era
divulgado o explosivo relatório final da CPI que leva o nome do contraventor,
pedindo o indiciamento de 45 pessoas por envolvimento no esquema criminoso.
Na lista estão Fernando Cavendish,
dono da empreiteira Delta, Policarpo Júnior, diretor da Sucursal de Brasília e
redator-chefe da revista "Veja", além dos já esperados nomes de
Marconi Perillo, governador tucano de Goiás, e Raul Filho, prefeito de Palmas
eleito pelo PT.
A maior surpresa do relatório final da
CPI do Cachoeira preparado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) é o pedido ao
Conselho Nacional do Ministério Público para que investigue o procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, acusado de parar os trabalhos da Polícia Federal
na Operação Vegas, que flagraram os contatos do contraventor com políticos.
Ao rebater as declarações de Gurgel,
que alegou ter paralisado a Vegas para não prejudicar outra operação da PF, a
Monte Carlo, responsável pela prisão de Carlinhos Cachoeira e que revelou as
relações dele com Demóstenes Torres, senador cassado do DEM de Goiás, Odair
Cunha escreveu:
"Não era possível ao Dr. Roberto
Gurgel adivinhar que, mais de um ano depois que recebeu os autos da Operação
Vegas, alguns promotores iriam requerer à Polícia Federal uma investigação
sobre exploração de jogos de azar nesta municipalidade".
Quando a oposição já ameaçava
apresentar um relatório paralelo, na reta final a CPI deu um cavalo de pau e
acabou incluindo tanto a Delta de Cavendish, maior empreiteira das obras do PAC
até o ano passado, como o jornalista Policarpo Júnior, que nem foi convocado
para depor.
O relator acusou Policarpo por
formação de quadrilha, a partir de uma série aúdios obtidos pela Polícia
Federal durante as investigações. "As investigações sobre esse profissisonal
nos permitem divisar que Policarpo Júnior não mantinha com Carlos Cachoeira uma
vinculação que se consubstanciava apenas na relação de fonte com
jornalista".
Em lugar da pizza anunciada, o
relatório final que será lido hoje no plenário da CPI e deve ser votado na
próxima semana, prenuncia fortes emoções nos poucos dias que faltam para
terminar seus trabalhos.
Como diria Cachoeira, que já está em
casa, façam suas apostas. Não me arrisco mais a fazer previsões.