sexta-feira, 6 de abril de 2012

Demóstenes, Cachoeira, Veja, farinha do mesmo saco contra um governo popular



O jornalismo de esgoto da Revista Veja


Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).

"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."  Prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

Por Laís Amaral

Os irmãos Nassif, Luis e Maria Inês, cada um no seu veículo, apresentam um painel bem abrangente e claro da realidade política e que a Grande Imprensa Empresarial não comenta por motivos mais que óbvios. Leia com calma e reflita e entenda um pouco mais das artimanhas de manipulação da Grande Mídia Empresarial.

Luis Nassif: As matérias que Cachoeira plantou em Veja

Do Blog do Nassif – 02/04/2012

Em 2008 dei início à primeira batalha de um Blog contra uma grande publicação no Brasil. Foi “O Caso de Veja”, uma série de reportagens denunciando o jornalismo da revista Veja. Nela, selecionei um conjunto de escândalos inverossímeis, publicados pela revista. Eram matérias que se destacavam pela absoluta falta de discernimento, pela divulgação de fatos sem pé nem cabeça.
A partir dos “grampos” em Carlinhos Cachoeira foi possível identificar as matérias que montava em parceria com a revista. A maior parte delas tinha sido abordada na série, porque estavam justamente entre as mais ostensivamente falsas.
Com o auxílio de leitores, aí vai o mapeamento das matérias:
DO GRAMPO DA PF DIVULGADO PELA REVISTA VEJA ESTE FIM DE SEMANA:

Cachoeira: Jairo, põe um trem na sua cabeça. Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos (…).

Cachoeira: Eu fiquei puto porque ontem ele xingou o Dadá tudo pro Cláudio, entendeu? E você dando fita pra ele, entendeu? (…)

Cachoeira: Agora, vamos trabalhar em conjunto porque só entre nós, esse estouro aí que aconteceu foi a gente. Foi a gente. Quer dizer: mais um. O Jairo, conta quantos foram. Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos já foram, rapaz. E tudo via Policarpo.

Graças ao grampo, é possível mapear alguns dos “furos” mencionados pelo bicheiro na conversa entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira com o PM-araponga Jairo Martins, um ex- agente da Abin que se vangloria de merecer um Prêmio Esso por sua colabiração com Veja em Brasília. Martins está preso, junto com seu superior na quadrilha de Cachoeira, o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, fonte contumaz de jornalistas – com os quais mantém relações de agente duplo, levando e trazendo informações do submundo da arapongagem.

O primeiro registro da associação entre Veja e Cachoeira está numa reportagem de 2004, que desmoralizou uma CPI em que o bicheiro era investigado. Em janeiro daquele ano, Cachoeira foi a fonte da revista Época, concorrente de Veja, na matéria que mostrou Waldomiro Diniz, sub de José Dirceu, pedindo propina ao bicheiro quando era dirigente do governo do Rio (2002). Depois disso, Cachoeira virou assinante de Veja.
As digitais do bicheiro e seus associados, incluindo o senador Demóstenes Torres, estão nos principais furos da Sucursal de Brasília ao longo do governo Lula: os dólares de Cuba, o dinheiro das FARC para o PT, a corrupção nos Correios, o espião de Renan Calheiros, o grampo sem áudio, o “grupo de inteligência” do PT.
O que essas matérias têm em comum:
1) A origem das denúncias é sempre nebulosa: “um agente da Abin”, “uma pessoa bem informada”, “um espião”, “um emissário próximo”.
2) As matérias sempre se apoiam em fitas, DVDs ou cópias de relatórios secretos – que nem sempre são apresentados aos leitores, se é que existem.
3) As matérias atingem adversários políticos ou concorrentes nos negócios de Cachoiera e Demóstenes Torres (o PT, Lula, o grupo que dominava os Correios, o delegado Paulo Lacerda, Renan Calheiros, a campanha de Dilma Rousseff)
4) Nenhuma das denúncias divulgadas com estardalhaço se comprovou (única exceção para o pedido de propina de 3 mil reais no caso dos Correios).
5) Assim mesmo, todas tiveram ampla repercussão no resto da imprensa.
CONFIRA AQUI A CACHOEIRA DOS FUROS DA VEJA EM ASSOCIAÇÃO COM DEMÓSTENES, ARAPONGAS E CAPANGAS DO BICHEIRO PRESO:

1) O CASO DO BICHEIRO VITIMA DE EXTORSÃO
Revista Veja Edição 1.878 de 3 de novembro de 2004
http://veja.abril.com.br/031104/p_058.html

Trecho da matéria: Na semana passada, o deputado federal André Luiz, do PMDB do Rio de Janeiro, não tinha amigos nem aliados, pelo menos em público. Seu isolamento deveu-se à denúncia publicada porVEJA, segundo a qual o deputado tentou extorquir 4 milhões de reais do empresário de jogos Carlos Cachoeira. As negociações da extorsão, todas gravadas por emissários de Cachoeira, sugerem que André Luiz agia em nome de um grupo de deputados.

NOTA: A fonte da matéria são “emissários de Cachoeira”, o “empresário de jogos” que Veja transformou de investigado em vítima na mesma CPI.

2) O CASO DO DINHEIRO DAS FARC

Capítulo 1 – Revista Veja Edição 1896 de 16 de março de 2005
http://veja.abril.com.br/160305/p_044.html
Trecho da Reportagem: Um agente da Abin, infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes (…) Sob a condição de não reproduzi-los nas páginas da revista, VEJA teve acesso a seis documentos da pasta que trata das relações entre as Farc e petistas simpatizantes do movimento.
Capítulo 2 – Revista Veja Edição 1.899 de 6 de abril de 2005
http://veja.abril.com.br/060405/p_054.html
Trechos da matéria: Na semana passada, a comissão do Congresso encarregada de fiscalizar o setor de inteligência do governo resolveu entrar no caso Farc-PT.
Na quinta-feira passada, a comissão do Congresso decidiu convocar o coronel e o espião. Os membros da comissão também querem ouvir José Milton Campana, que hoje ocupa o cargo de diretor adjunto da Abin e, na época, se envolveu com a investigação dos supostos laços financeiros entre as Farc e o PT.
O senador Demostenes Torres, do PFL de Goiás, teme que a discussão sobre o regimento sirva só para adiar os depoimentos. “Para ouvir a versão do governo e tentar dar o caso por encerrado, ninguém precisou de regimento”, diz ele.

3) O CASO MAURICIO MARINHO
Capítulo 1 – Revista Veja Edição 1.905 de 18 de maio de 2005
http://veja.abril.com.br/180505/p_054.html
Trecho da reportagem: Há um mês, dois empresários estiveram no prédio central dos Correios, em Brasília. Queriam saber o que deveriam fazer para entrar no seleto grupo de empresas que fornecem equipamentos de informática à estatal.
Foram à sala de Maurício Marinho, 52 anos, funcionário dos Correios há 28, que desde o fim do ano passado chefia o departamento de contratação e administração de material da empresa. Marinho foi objetivo na resposta à indagação dos empresários. Disse que, para entrar no rol de fornecedores da estatal, era preciso pagar propina. “Um acerto”, na linguagem do servidor. Os empresários, sem que Marinho soubesse, filmaram a conversa. A fita, à qual VEJA teve acesso, tem 1 hora e 54 minutos de duração.

NOTA: As investigações da PF e de uma CPI mostraram que o vídeo foi entregue à revista pelo PM-araponga Jairo Martins, que “armou o cenário” da conversa com Marinho a mando deconcorrentes nas licitações dos Correios.


4) O CASO DOS DÓLARES DE CUBA
Revista Veja Edição 1.929 de 2 de novembro de 2005
http://veja.abril.com.br/021105/p_046.html
Trecho da reportagem: (Vladimir) Poleto, (principal fonte da reportagem) até hoje, é um amigo muito próximo do irmão de (Ralf) Barquete, Ruy Barquete, que trabalha na Procomp, uma grande fornecedora de terminais de loteria para a Caixa Econômica Federal. Até a viúva de Barquete, Sueli Ribas Santos, já comentou o assunto. Foi em um período em que se encontrava magoada com o PT por entender que seu falecido marido estava sendo crucificado. A viúva desabafou: “Eles pegavam dinheiro até de Cuba!”

NOTA: A empresa de Barquete venceu a concorrência da Caixa Econômica Federal para explorar terminais de jogos em 2004, atravessando um acordo que estava sendo negociado entre a americana Gtech (antiga concessionária) e Carlinhos Cachoeira, com suposta intermediação de Waldomiro Diniz. O banqueiro teria deixado de faturar R$ 30 milhões m cinco anos.
A armação era para pegar Antonio Palloci, padrinho de Barquete. Pegou Dirceu. (Detalhes da relação Cachoeira-Gtech na matéria do Correio Braziliense de 26 de setembro de 2005: http://www.febrac.org.br/showClipping.php?clipping=30305&cod=7112)
5) O CASO FRANCISCO ESCÓRCIO
Revista Veja Edição 2.029 de 10 de outubro de 2007
http://veja.abril.com.br/101007/p_060.shtml
Chamada no alto, à esquerda: RENAN AGORA ESPIONA OS DVERSÁRIOS
Na semana passada, Demostenes Torres e Marconi Perillo foram procurados por amigos em comum e avisados da trama dos arapongas de Renan. Os senadores se reuniram na segunda-feira no gabinete do presidente do Tribunal de Contas de Goiás, onde chegaram a discutir a possibilidade de procurar a polícia para tentar flagrar os arapongas em ação. “Essa história é muito grave e, se confirmada, vai ser alvo de uma nova representação do meu partido contra o senador Renan Calheiros”, disse o tucano Marconi Perillo. “Se alguém quiser saber os meus itinerários, basta me perguntar. Tenho todos os comprovantes de vôos e os respectivos pagamentos.” Demostenes Torres disse que vai solicitar uma reunião extraordinária das lideranças do DEM para decidir quais as providências que serão tomadas contra Calheiros. “É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes”, afirma Demóstenes.

Pedro Abrão, por sua vez, confirma que os senadores usam seu hangar, que conhece os personagens citados, mas que não participou de nenhuma reunião. O empresário, que já pesou mais de 120 quilos, fez uma cirurgia de redução de estômago e está bem magrinho, como disse Escórcio. Renan Calheiros não quis falar.Com reportagem de Alexandre Oltramari (que viria a ser assessor de Marconi Perillo)

NOTA: Demostenes é a única fonte que confirma a versão em que teria sido vítima.

6) O CASO DO GRAMPO SEM ÁUDIO
Capítulo 1 – Revista Veja, Edição 2022, 22 de agosto de 2007
ttp://veja.abril.com.br/220807/p_052.shtml



Capítulo 2 – Revista Veja Edição 2073 de 13 de agosto de 2008
http://veja.abril.com.br/130808/p_056.shtml

Capítulo 3 – Revista Veja Edição 2.076 de 3 de setembro 2008
http://veja.abril.com.br/030908/p_064.shtml

Chamada acima do logotipo: “PODER PARALELO”
Trecho da matéria: O diálogo entre o senador e o ministro foi repassado à revista por um servidor da própria Abin sob a condição de se manter anônimo.
Trecho da matéria: O senador Demóstenes Torres também protestou: “Essa gravação mostra que há um monstro, um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes”. O parlamentar informou que vai cobrar uma posição institucional do presidente do Congresso, Garibaldi Alves, sobre o episódio, além de solicitar a convocação imediata da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso para analisar o caso. “O governo precisa mostrar que não tem nada a ver e nem é conivente com esse crime contra a democracia.”

NOTA: O grampo sem áudio jamais foi exibido ou encontrado, mas a repercussão da matéria levou à demissão do delegado Paulo Lacerda da chefia da Abin.


7) O CASO DO “GRUPO DE INTELIGÊNCIA” DO PT
Capítulo 1 – Revista Veja Edição 2.167 de 2 de junho de 2010
http://veja.abril.com.br/020610/ordem-casa-lago-sul-p-076.shtml
    Trecho da matéria: Não se sabe, mas as fontes de VEJA que presenciaram os eventos mais de perto contam que, a certa altura…   
     Nota: a “fonte” não citada é o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, funcionário de Carlinhos Cachoeira, apresentado a Luiz Lanzetta como especialista em varreduras.

Capítulo 2 – Revista Veja Edição de julho de 2010
http://veja.abril.com.br/090610/era-levantar-tudo-inclusive-coisas-pessoais-p-074.shtml
Trecho de entrevista com o ex-delegado Onézimo de Souza:, que sustentou (e depois voltou atrás) a história de que queriam contratá-lo para grampear Serra:
O senhor foi apontado como chefe de um grupo contratado para es-pionar adversários e petistas rivais?

Fui convidado numa reunião da qual participaram o Lanzetta, o Amaury (Ribeiro), o Benedito (de Oliveira, responsável pela parte financeira) e outro colega meu, mas o negócio não se concretizou.

NOTA: O outro colega do delegado-araponga, que Veja não menciona em nenhuma das reportagens sobre o caso, é o ex-sargento Idalberto Matias, o Dadá, capanga de Cachoeira e contato do bicheiro com a revista Veja (o outro contato é Jairo Martins, o policial associado a Policarpo Junior) (Confira na entrevista da Folha de S. Paulo com Luiz Lanzetta:


http://m.folha.uol.com.br/poder/746071-jornalista-sai-da-campanha-de-dilma-
apos-polemica-sobre-dossie.html)

 

 

 

Maria Inês Nassif: O caso Demóstenes e as raposas no galinheiro


Por Maria Inês Nassif, em Carta Maior – 03/04/2012

O rumoroso caso Demóstenes Torres (DEM-GO) não é apenas mais um caso de corrupção denunciado pelo Ministério Público. É uma chance única de reavaliar o que foi a política brasileira na última década, e de como ela – venal, hipócrita e manipuladora – foi viabilizada por um estilo de cobertura política irresponsável, manipuladora e, em alguns casos, venal. E hipócrita também.
Teoricamente, todos os jornais e jornalistas sabiam quem foram os arautos da moralidade por eles eleitos nos últimos anos: representantes da política tradicional, que fizeram suas carreiras políticas à base de dominação da política local, que ocuparam cargos de governos passados sem nenhuma honra, que construíram seus impérios políticos e suas riquezas pessoais com favores de Estado, que estabeleceram relações profícuas e férteis com setores do empresariado com interesses diretos em assuntos de governo.
Foram políticos com esse perfil os escolhidos pelos meios de comunicação para vigiar a lisura de governos. Botaram raposas no galinheiro.
Nesse período, algumas denúncias eram verdadeiras, outras, não. Mas os mecanismos de produção de sensos comuns foram acionados independentemente da realidade dos fatos. Demóstenes Torres, o amigo íntimo do bicheiro, tornou-se autoridade máxima em assuntos éticos. Produziu os escândalos que quis, divulgou-os com estardalhaço. Sem ir muito longe, basta lembrar a “denúncia” de grampo supostamente feita pelo Poder Executivo no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, então presidente da mais alta Corte do país. Era inverossímil: jamais alguém ouviu a escuta supostamente feita de uma conversa telefônica entre Demóstenes, o amigo do bicheiro, e Mendes, o amigo de Demóstenes.
Os meios de comunicação receberam a suposta transcrição de um grampo, onde Demóstenes elogia o amigo Mendes, e Mendes elogia o amigo Demóstenes, e ambos se auto-elegem os guardiões da moralidade contra um governo ditatorial e corrupto. Contando a história depois de tanto tempo, e depois de tantos escândalos Demóstenes correndo por baixo da ponte, parece piada. Mas os meios de comunicação engoliram a estória sem precisar de água. O show midiático produzido em torno do episódio transformou uma ridícula encenação em verdade.
A estratégia do show midiático é conhecida desde os primórdios da imprensa. Joga-se uma notícia de forma sensacionalista (já dizia isso Antonio Gramsci, no início do século passado, atribuindo essa prática a uma “ imprensa marrom”), que é alimentada durante o período seguinte com novos pequenos fatos que não dizem nada, mas tornam-se um show à parte; são escolhidos personagens e conferido a ele credibilidade de oráculos, e cada frase de um deles é apresentada como prova da venalidade alheia. No final de uma explosão de pânico como essa, o consumo de uma tapioca torna-se crime contra o Estado, e é colocado no mesmo nível do que uma licitação fraudulenta. A mentira torna-se verdade pela repetição. E a verdade é o segredo que Demóstenes – aquele que decide, com seus amigos, quem vai ser o alvo da vez – não revela.
Convenha-se que, nos últimos anos, no mínimo ficou confusa a medida de gravidade dos fatos; no outro limite, tornou-se duvidosa a veracidade das denúncias. A participação da mídia na construção e destruição de reputações foi imensa. Demóstenes não seria Demóstenes se não tivesse tanto espaço para divulgação de suas armações. Os jornais, tevês e revistas não teriam construído um Demóstenes se não tivessem caído em todas as armadilhas construídas por ele para destruir inimigos, favorecer amigos ou chantagear governos. Os interesses econômicos e ideológicos da mídia construíram relações de cumplicidade onde a última coisa que contou foi a verdade.
Ao final dos fatos, constata-se que, ao longo de um mandato de oito anos, mais um ano do segundo mandato, uma sólida relação entre Demóstenes e a mídia que, com ou sem consciência dos profissionais de imprensa, conseguiu curvar um país inteiro aos interesses de uma quadrilha sediada em Goiás.
Interesses da máfia dos jogos transitaram por esse esquema de poder. E os interesses abarcavam os mais variados negócios que se possa fazer com governos, parlamentos e Justiça: aprovação de leis, regras de licitação, empregos públicos, acompanhamento de ações no Judiciário. Por conta de um interesse político da grande mídia, o Brasil tornou-se refém de Demóstenes, do bicheiro e dos amigos de ambos no poder.
Não foi a mídia que desmascarou Demóstenes: a investigação sobre ele acontece há um bom tempo no âmbito da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Nesse meio tempo, os meios de comunicação foram reféns de um desconhecido personagem de Goiás, que se tornou em pouco tempo o porta-voz da moralidade. A criatura depõe contra seus criadores.