terça-feira, 25 de outubro de 2011

Blogueiros progressistas de todo o mundo, uni-vos







Com o tempo, uma imprensa cínica, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.   Joseph Pulitzer, jornalista (há mais de um século).


Por Laís Amaral   

         Quem não quiser perder o I Encontro Mundial de Blogueiros, que ocorrerá em Foz do Iguaçu (PR) nos dias 27, 28 e 29 de outubro, ainda podem ser inscrever nos dias 27 e 28. As inscrições via Internet se encerraram.

Interessados acessar site http://www.baraodeitarare.org.br/

           Foram 650 inscritos, entre blogueiros, estudantes e comunicadores de 16 estados e mais de 10 países.

Rica troca de experiências

          O encontro será uma excelente oportunidade para a troca de experiências sobre o que rola na blogosfera e nas redes sociais e quais suas tendências do futuro. Ativistas destacados das novas mídias nos EUA, Europa, Ásia, África e América Latina farão relatos sobre os impactos da internet na luta de idéias e nas recentes mobilizações sociais - como o "Ocupar Wall Street", as revoltas no mundo árabe e a "revolução dos indignados" na Espanha.

 Programação:
 27 de outubro – quinta-feira, 20 horas:

19 horas – abertura oficial do evento no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) de Itaipu
- Coquetel e iluminação da barragem de Itaipu

 28 de outubro – sexta-feira

 9 horas – Debate: “O papel das novas mídias”
 - Ignácio Ramonet – criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro “A explosão do jornalismo”;
- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks;
- Dênis de Moraes – autor do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;
- Luis Nassif – jornalista e blogueiro;
* Mesa dirigida por Natalia Vianna (Agência Pública) e Tatiane Pires (blogueira do RS)

14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”
 - Pascual Serrano – blogueiro e fundador do sítio Rebelión (Espanha);
- Amy Goodman – diretora do Democracy Now (EUA) [*]
- Jillian York – blogueira, colunista do Huffington Post, Guardian e da TV Al Jazeera (EUA);
* Mesa dirigida por Renata Mielli (Barão de Itararé) e Altino Machado (blogueiro do Acre);

16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.
- Ahmed Bahgat – blogueiro e ativista digital na “revolta do mundo árabe” (Egito);
- Atanu Dey – blogueira da Índia e especialista em Tecnologia da Informação (Índia);
- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online (Japão);
- Mar-Jordan Degadjor – blogueiro e diretor da ONG África para o Futuro (Gana);
* Mesa dirigida por Renato Rovai (Altercom) e Sérgio Telles (blogueiro do Rio de Janeiro);

Dia 29 de outubro – sábado:
9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.

- Iroel Sánchez – blogueiro da página La Pupila Insomne e do sítio CubaDebate (Cuba);
- Osvaldo Leon – editor sítio da Agência Latinoamericana de Informação – Alai (Equador);
- Martin Becerra – professor universitário e blogueiro (Argentina);
- Jesse Freeston – blogueiro e ativista dos direitos humanos (Honduras);
* Luis Navarro (Editor do jornal La Jornada – México)
* Martin Granovsky (Editor Especial do jornal Página 12 – Argentina)
* Mesa dirigida por Sérgio Bertoni (blogueiro do Paraná) e Cido Araújo (blogueiro de São Paulo);

14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”

- Leandro Fortes – jornalista da revista CartaCapital, blogueiro e da comissão nacional do BlogProg;
- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.
- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.
- Bob Fernandes – editor do sitio Terra Magazine [*];
* Mesa dirigida por Maria Inês Nassif (Carta Maior) e Daniel Bezerra (blogueiro do Ceará);

16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.
 – Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];
- Jesse Chacón – ex-ministro das Comunicações da Venezuela;
- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;
- Blanca Josales – ministra das Comunicações do Peru;
* Mesa dirigida por Julieta Palmeira (associação de novas mídias da Bahia) e Tica Moreno (blogueiras feministas);

 18 horas – Ato de encerramento.
 - Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).
[*] Os nomes com asteriscos ainda não estão confirmados.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Guerra ao Terror, uma falsificação





Por Lais Amaral

O artigo abaixo foi reproduzido no Blog do Miro. Originalmente foi bublicado no Site português Resistir. É uma boa reflexão sobre o que há de verdade nessa tal “Guerra ao Terror”. É longo, mas vale a pena.  

         Paul Craig Roberts

Na década passada, Washington matou, mutilou, deslocou e tornou viúvas e órfãos milhões de muçulmanos em seis países, tudo em nome da "guerra ao terror".
         
Os ataques de Washington a outros países constituem agressão nua e impactam primariamente populações civis e infra-estrutura – e, por isso, constituem crimes de guerra segundo a lei. Nazis foram executados precisamente pelo que Washington está hoje a fazer.

          Além disso, as guerras e ataques militarem custaram aos contribuintes americanos em prejuízos e custos a serem incorridos no futuro pelo menos 4 milhões de milhões de dólares – um terço da dívida pública acumulada – o que resultou numa crise do défice dos EUA que ameaça a segurança social, o valor do US dólar e o seu papel de divisa de reserva, enquanto enriquece para além de tudo o já visto na história o complexo militar/segurança e seus apologistas.

          Talvez o mais elevado custo da "guerra ao terror" de Washington tenha sido pago pela Constituição dos Estados Unidos e as suas liberdades civis.
          Qualquer cidadão dos EUA que Washington acuse é privado de todos os direitos legais e constitucionais. Os regimes Bush-Cheney-Obama arruinaram a maior conquista da humanidade – a responsabilidade do governo perante a lei.

          Se olharmos em torno para o terror de que a polícia de estado e uma década de guerra alegadamente nos protegeu, o terror é difícil de descobrir. Excepto para o próprio 11/Set, assumindo que aceitamos a improvável teoria conspirativa do governo, não houve ataques terroristas nos EUA.

         Na verdade, como destacou o RT em 23/Agosto/2011, um programa de investigação da Universidade da Califórnia descobriu que as "tramas de terror" interno publicadas na mídia foram preparadas por agentes do FBI. http://rt.com/usa/news/fbi-terror-report-plot-365-899/

        
          O número de agentes encobertos do FBI agora ascende a 15 mil, dez vezes o número existente durante os protestos contra a guerra do Vietnam quando manifestantes eram acusados de simpatias comunistas.

         Como aparentemente não há conspirações reais de terror para esta enorme força de trabalho descobrir, o FBI justifica seu orçamento, alertas de terror e buscas invasivas de cidadãos americanos criando "tramas de terror" e descobrindo alguns indivíduos dementes para capturar.

Exemplo: a trama da bomba no Metro de Washington DC, a trama do metro na cidade de Nova York, a trama para explodir a Sears Tower em Chicago foram todos estratagemas organizados e geridos por agentes do FBI.

          O RT informa que apenas três destas tramas podem ter sido independentes do FBI, mas como nenhuma das três funcionou elas obviamente não foram obra de uma organização profissional de terror como se pretende que seja a Al Qaeda.

          O carro bomba na Times Square não explodiu e aparentemente não podia ter explodido.

          O mais recente laço armado pelo FBI é um homem de Boston, Rezwan Ferdaus, o qual é acusado de planear atacar o Pentágono e o Capitólio dos EUA com modelos de aviões carregados com explosivos C-4.

          O Promotor dos EUA, Carmen Ortiz, assegurou aos americanos que eles nunca estiveram em perigo porque os agentes encobertos do FBI estavam a controlar a trama. usatoday.com/news/washington/story/2011-09-28/DC-terrorist-plot-drone/50593792/1

          A trama de Ferdaus organizada pelo FBI para explodir o Pentágono e o Capitólio com modelos de aviões provocou acusações de que ele proporcionou "apoio material a uma organização terrorista" e conspirou para destruir edifícios federais – a acusação mais grave, a qual implica 20 anos de aprisionamento por cada edifício alvejado.

          Qual é a organização terrorista a que serve Ferdaus? Certamente não a al Qaeda, a qual alegadamente passou a perna a todos os 16 serviços de inteligência, todos os serviços de inteligência dos EUA, NATO, israelenses, NORAD, o National Security Council, Air Traffic Control, Dick Cheney e a segurança de aeroportos estado-unidenses quatro vezes em uma hora na mesma manhã.

          Uma organização de terror tão altamente capaz não estaria envolvida numa trama tão sem sentido como explodir o Pentágono com um modelo de avião.

          Como um americano que esteve no serviço público durante anos e que sempre defendeu a Constituição, um dever patriótico, devo esperar que a pergunta já tenha disparado nas cabeças dos leitores:
por que esperam que acreditemos que um pequeno avião modelo seja capaz de explodir o Pentágono quando um avião 757 carregado com jet fuel foi incapaz de efetuar a tarefa, fazendo meramente um buraco não suficientemente grande para um avião de carreira.
 
          Quando observo a credulidade dos meus concidadãos para com as absurdas "tramas de terror" que o governo dos EUA fabrica, isso leva-me a perceber que o medo é a mais poderosa arma que tem qualquer governo para avançar uma agenda não declarada.

          Se Ferdaus for levado a julgamento, não há dúvida de que um júri o condenará por uma trama para explodir o Pentágono e o Capitólio com aviões modelo. Mais provavelmente ele será torturado ou coagido a um acordo de cooperação (plea bargain)

          Aparentemente, os americanos, ou a maior parte deles, estão tão dominados pelo medo que não sofrem remorsos pelo fato de o "seu" governo assassinar e deslocar milhões de pessoas inocentes.

          Na mente americana, mil milhões de "cabeças de pano" (towel-heads) foram reduzidas a terroristas que merecem ser exterminados. Os EUA estão no caminho de um holocausto que tornam os terrores dos judeus face ao nacional-socialismo um mero precursor.

          Pense acerca disto: Não será admirável que após uma década (2,5 vezes a extensão da II Guerra Mundial) de matança de muçulmanos, de destruição de famílias e das suas perspectivas em seis países não haja eventos terroristas reais nos EUA?

          Pense por um minuto quão fácil seria o terrorismo nos EUA se houvesse quaisquer terroristas. Será que um terrorista da Al Qaeda, a organização que alegadamente conseguiu o 11/Set – a mais humilhante derrota sofrida por uma potência ocidental, ainda mais "a única superpotência do mundo" – mesmo face a toda a filtragem ainda estaria a tentar sequestrar ou explodir um avião?

          Certamente não quando há tantos alvos fáceis. Se a América estivesse realmente infectada por uma "ameaça terrorista", um terrorista simplesmente entraria nas maciças filas de espera da "segurança" de aeroportos e largaria ali a sua bomba.

          Isso mataria muito mais pessoas do que poderia ser alcançado explodindo um avião e tornaria completamente claro que "segurança de aeroporto" não significa que o mesmo seja seguro.

          Seria uma brincadeira de criança para terroristas explodir subestações elétricas pois ninguém está ali, nada exceto um cadeado na cerca de arame.

          Seria fácil para terroristas explodirem centros comerciais. Seria fácil para terroristas despejarem caixas de pregos em ruas congestionadas e auto-estradas durante horas de ponta, interrompendo o tráfego de artérias importantes durante dias.

          Antes, caro leitor, de me acusar de dar idéias terroristas, pensa realmente que elas já não teriam ocorrido a terroristas capazes de executar o 11/Set?

          Mas nada acontece. Então o FBI prende um rapaz por planear explodir a América com modelos de aviões. É realmente deprimente [verificar] quantos americanos acreditarão nisto.

           Considere também que neoconservadores americanos, os quais orquestraram a "guerra ao terror", não tem seja o que for de proteção e que a proteção do Serviço Secreto de Bush e Cheney é mínima.

          Se a América realmente enfrentasse uma ameaça terrorista, especialmente uma tão profissional como a que executou o 11/Set, todo neoconservador juntamente com Bush e Cheney podiam ser assassinados dentro uma hora numa manha ou numa noite.

          O fato de neoconservadores tais como Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Condi Rice, Richard Perle, Douglas Feith, John Bolton, William Kristol, Libby, Addington, et. al., viverem desprotegidos e livres do medo é prova de que a América não enfrenta ameaça terrorista.

          Pense agora acerca da trama do sapato-bomba, da trama do champô engarrafado e da trama da bomba nas cuecas. Peritos, outros que não as prostitutas contratadas pelo governo estadunidense, dizem que tais tramas não têm sentido.

          O "sapato-bomba" e a "bomba nas cuecas" eram fogos de artifício coloridos incapazes de explodir uma lata de comida. A bomba líquida, alegadamente misturada na toilete de um avião, foi considerada pelos peritos como fantasia.

          Qual a finalidade destas tramas falsas? E recorde que todas as informações confirmam que a "bomba nas cuecas" foi trazido para dentro do avião por um oficial, apesar do fato de o "bombista de cuecas" não ter passaporte.

           Nenhuma investigação foi efetuada pelo FBI, CIA ou quem quer que seja quanto à razão porque foi permitido um passageiro sem passaporte num vôo internacional.

           A finalidade destas pretensas tramas é despertar o nível de medo e criar oportunidade para o ex czar da Homeland Security, Michael Chertoff, ganhar uma fortuna a vender porno-scanners à Transportation Security Administration (TSA).

          O resultado destes publicitadas "tramas terroristas" é que todo cidadão americano, mesmo com altas posições no governo e certificados de segurança, não podem embarcar num voo comercial sem tirar os sapatos, o casaco, o cinto, submeter-se a um porno-scanner ou ser sexualmente apalpado.

          Nada podia tornar as coisas mais simples do que uma "segurança de aeroporto" que não pode distinguir um terrorista muçulmano de um entusiástico patriota americano, de um senador, de um general da Marinha ou de um operacional da CIA.

          Se um passageiro precisa por razões de saúde ou outras quantidades de líquidos e cremes para além dos limites impostos à pasta de dente, xampu, alimentos ou medicamentos, ele deve obter previamente autorização da TSA, a qual raramente funciona.

         Um dos mais admiráveis momentos da América é o caso, documentado no UTube, de uma mulher moribunda numa cadeira de rodas, que exige alimentação especial, tendo o seu alimento jogado fora pela gestapo TSA apesar da aprovação escrita da Transportation Safety Administration, com a sua filha presa por protestar e a mulher moribunda abandonada sozinha no aeroporto.

          Isto é a América de hoje. Estes assaltos a cidadãos inocentes são justificados pela extrema-direita estúpida como "protegendo-nos contra o terrorismo", uma "ameaça" que toda evidência mostra que não é existente.

          Nenhum americano hoje está seguro. Sou um antigo associado da equipe do subcomité da House Defense Appropriations. Requeria altas autorizações (clearances) de segurança pois tenho acesso a informação respeitante a todos os programas americanos de armas.

          Como economista chefe do House Budget Committee tenho informação respeitante aos orçamentos militares e de segurança dos EUA. Quando secretário assistente do Tesouro dos EUA, era-me fornecida toda manhã o relatório da CIA ao Presidente bem como infindável informação de segurança.

          Quando deixei o Tesouro, o Presidente Reagan nomeou-me para um comitê super-secreto destinado a investigar a avaliação da CIA da capacidade soviética. Resumindo, eu era consultor do Pentágono. Tinha toda espécie de autorização de segurança.

          Apesar do meu registro das mais altas autorizações de segurança e da confiança do governo dos EUA em mim, incluindo confirmação pelo Senado numa nomeação presidencial, a polícia aérea não pode distinguir-me de um terrorista.

          Se eu brincasse com modelismo de aviões ou comparecesse a manifestações anti-guerra, há pouca dúvida de que também seria preso.

          Após o meu serviço público no último quartel do século XX, experimentei durante a primeira década do século XXI todas as conquistas da América, apesar das suas falhas, serem apagadas.

          No seu lugar foi erigido um monstruoso desejo de hegemonia e de riqueza altamente concentrada. A maior parte dos meus amigos e concidadãos em geral são capazes de reconhecer a transformação da América num estado policial belicista que tem a pior distribuição de rendimento de qualquer país desenvolvido.

          É extraordinário que tantos cidadãos americanos, cidadãos da única superpotência do mundo, realmente acreditem que estão a ser ameaçados por povos muçulmanos que não têm unidade nem marinha, nem força aérea, nem armas nucleares, nem mísseis capazes de cruzar os oceanos.

          Na verdade, grandes percentagens destas "populações ameaçadoras", especialmente entre os jovens, estão enamoradas da liberdade sexual que existe na América.

          Mesmo os iranianos tolos da "Revolução Verde" orquestrada pela CIA esqueceram o derrube por Washington na década de 1950 do seu governo eleito. Apesar de uma década de ações militares abusivas contra povos muçulmanos, muitos muçulmanos ainda olham para a América para a sua salvação.

          Seus "líderes" são simplesmente subornados com grandes somas de dinheiro.

          Com a "ameaça terrorista" e a Al Qaeda esvaziada com o alegado assassínio pelo presidente Obama do seu líder, Osama bin Laden, o qual fora deixado desprotegido e desarmado pela sua "organização terrorista de âmbito mundial", Washington produziu um novo bicho-papão – os Haqqanis.

          Segundo John Glaser e anónimo responsáveis da CIA, o presidente do US Joint Chiefs of Staff, Mike Mullen, "exagerou" o caso contra o grupo insurgente Haqqani quando afirmou, determinando uma invasão estadunidense do Paquistão, que os Hagganis eram um braço operacional do serviço secreto do governo do Paquistão, o ISI.
        
          O almirante Mullen está agora a afastar-se do seu "exagero", um eufemismo para uma mentira. Seu ajudante, capitão John Kirby, disse que as acusações de Mullen foram destinadas a influenciar os paquistaneses a romper a Rede Haqqani".

          Por outras palavras, os paquistaneses deveriam matar mais gente do seu próprio povo para salvar os americanos de perturbações.

          Se não sabe o que é a Rede Haqqani, não fique surpreendido. Você nunca ouviu falar da Al Qaeda antes do 11/Set. O governo dos EUA cria não importa a que seja, de novos bichos-papões e, são necessários incidentes para promover a agenda neoconservadora de hegemonia mundial e de lucros mais altos para a indústria de armamentos.

          Durante dez anos, a população da "superpotência" americana sentou aí, sendo apavorada pelas mentiras do governo. Enquanto americanos assentam no medo de "terroristas" não existentes, milhões de pessoas em seis países tiveram suas vidas destruídas.

          Tanto quanto existe de evidência, a vasta maioria dos americanos não está perturbada pelo assassínio desumano de outras pessoas em países que não são capazes de localizar nos mapas.

Realmente, a Amerika é uma luz para o mundo, um exemplo para todos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Velha Mídia se rasga de raiva do sucesso de Lula

Por Lais Amaral

Leia a seguir o artigo do Eduardo Guimarães, um dos mais prestigiados e conceituados blogueiros (Blog da Cidadania) e veja a repercussão na Velha Mídia do título ganho por Lula,  conforme matéria postada abaixo (“Salve, o Doutor Luis Inácio Lula da Silva).  

A Velha Mídia comercial não engole que Lula, um sem-diploma, tenha conseguido colocar o Brasil no mapa dos países respeitados e influentes, e não um poliglota, pós-graduado, com mestrado, doutorado, etc. E chegam a fazer um papel ridículo como vocês irão constatar.


          Eduardo Guimarães

Não pode passar batido um dos momentos mais patéticos do jornalismo brasileiro.
Acredite quem quiser, mas órgãos de imprensa brasileiros como o jornal O Globo mandaram repórteres à França para reclamar com Richard Descoings, diretor do instituto francês Sciences Po, por escolher o ex-presidente Lula para receber o primeiro título Honoris Causa que a instituição concedeu a um latino-americano.
A informação é do jornal argentino Pagina/12 e do próprio Globo, que, através da repórter Deborah Berlinck, chegou a fazer a Descoings a seguinte pergunta: “Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?”.
No relato da própria repórter de O Globo que fez essa pergunta constrangedora havia a insinuação de que o prêmio estaria sendo concedido a Lula porque o grupo de países chamados  Bric’s (Brasil, Rússia, Índia e China) estuda ajudar a Europa financeiramente, no âmbito da crise econômica em que está mergulhada a região.
A jornalista de O Globo não informa de onde tirou a informação. Apenas a colocou no texto. Não informou se “agrados” parecidos estariam sendo feitos aos outros Bric’s.
Apenas achou e colocou na matéria que se pretende reportagem e não um texto opinativo. Só esqueceu que o Brasil estar em condição de ajudar a Europa exemplifica perfeitamente a obra de Lula.
Segundo o relato do jornalista argentino do Pagina/12, Martín Granovsky, não ficou por aí. Perguntas ainda piores seriam feitas.
Os jornalistas brasileiros perguntaram como o eminente Sciences Po, “por onde passou a nata da elite francesa, como os ex-presidentes Jacques Chirac e François Mitterrand”, pôde oferecer tal honraria a um político que “tolerou a corrupção” e que chamou Muamar Khadafi de “irmão”, e quiseram saber se a concessão do prêmio se inseria na política da instituição francesa de conceder oportunidades a pessoas carentes.
Descoings se limitou a dizer que o presidente Lula mudou seu país e sua imagem no mundo. Que o Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula. E que por ele não ter estudo superior sua trajetória pareceu totalmente “em linha” com a visão do Sciences Po de que o mérito pessoal não deve vir de um diploma universitário.
O diretor do Science Po ainda disse que a tal “tolerância com corrupção” é opinião, que o julgamento de Lula terá que ser feito pela história levando em conta a dimensão de sua obra (eletrificação de favelas e demais políticas sociais).
Já o jornalista argentino perguntou se foi Lula quem armou Khadafi e concluiu para a missão difamadora da “imprensa” tupiniquim: “A elite brasileira está furiosa”.

domingo, 2 de outubro de 2011

Salve, o Doutor Luis Inácio Lula da Silva



Por Laís Amaral
(Regularizei meu problema com a Internet e a partir de agora as postagens serão regularizadas).

O mais recente título de Doutor Honoris Causa foi entregue a Lula em Paris por Jean-Claude Casanova, membro do Instituto da França e presidente da Fundação Nacional das Ciências Políticas.

Ele elogiou o governo Lula citando ascensão de milhões de brasileiros à classe média, a integração Sul-Sul e a diminuição da desigualdade  social.

O ex-presidente citou também a criação de 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias durante o seu governo:

“Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O maior atentado terrorista foi mesmo em 1945

Como também se constrói uma nação encabrestada (G1-Globo)


Por Laís Amaral

Tanto se falou em 11 de setembro nos últimos dias que deu para confundir. A nossa data maior no mês não é 7 de Setembro ? Pois é.
Houve um tempo em que nos faziam sentir como filiais do Grande Irmão do norte. Nesses últimos dias a sensação voltou com força.
Essa coisa de maior atentado terrorista de todos os tempos é texto de Renato Machado, Alexandre Garcia e outros batráquios.
O maior atentado terrorista não foi cometido por nenhum grupo terrorista e sim por uma Nação. Ou melhor, por, uma elite capitalista que domina uma Nação.
O maior atentado de todos os tempos aconteceu no dia 6 de agosto de 1945, foram as bombas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Mais de 200 mil mortos, civis, e com seqüelas até hoje. O Japão já estava entregue. Mas eles tinham que mostrar que tinham a força, a novidade nuclear.    
Em meio a tantos programas, entrevistas, documentários e propaganda pró-americana, deu para pinçar a matéria feita pelo CQC nessa segunda-feira.
O Rafael Bastos entrevistou em Nova York alguns americanos que faziam manifestação de protesto contra as muitas guerras que seu país se mete.
Foi bem legal ouvir de alguns manifestantes, que a Velha Mídia de lá faz a cabeça das pessoas. Muitos acreditam em tudo e se sentem como vítimas do malvado Bin Laden, da Alqaeda, do Kadaf, etc.
A Velha Mídia de cá repete a de lá e passa uma idéia de que existe uma unanimidade entre a população americana com relação ao ‘Terror’ e coisa e tal.
A matéria do Rafinha mostrou que existe vida inteligente nos states e que não deixa a cabeça ser feita pela Velha Mídia comercial.
Pra refrescar a cabeça do pessoal com relação ao tema sugiro rever no You Tube o documentário de 2004 do cineasta americano, Michael Moore. Está divido em 12 partes e dublado. Ajuda a formar opinião:  
“Fahrenheit 11 de Setembro”

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Água de Passarinho, na Bienal do Rio, domingo, dia 11




Por Laís Amaral
Neste domingo, dia 11, estarei na Bienal do Livro, no Rio Centro, no estande da All Print Editora, no lançamento do meu livro de poemas, “Água de Passarinho”. O estande é o Q-22 no Pavilhão Verde e o horário: entre 13 e 15 horas.
Não existe a menor possibilidade de se repetir o sucesso que foi o lançamento em Resende, dia 30 de agosto no restaurante ‘Uai Su’. Na ocasião, uma trupe de artistas locais comandados pelo músico Guido de Castro, promoveu um sarau lítero-musical que foi o maior show. Mas estaremos lá, nessa grande festa dos livros.        
Em Resende o livro está sendo vendido na Revistaria Agulhas Negras, na Av. Alfredo Whately, em Campos Elíseos, ou diretamente comigo. O livro de 109 páginas tem poemas livres na primeira parte e sonetos, na segunda. Abaixo um soneto de protesto contra a colonização cultural:

31 de Outubro  (Dia do Saci)
Vaza vento ventania
Corrupio num lampejo
Na corrida ainda assobia
De galhofa, de gracejo

Mão furada e uma perna
Roda no redemoinho
Bate as asas na baderna
É Matita o passarinho

Solta bicho, ri do homem
Monta mula, lobisomem
Olhos rubros estopim

O moleque zombeteiro
É o Sarnento brasileiro
Faz xixi no halloween

Também no domingo o médico amigo, Djalma Carneiro, também de Resende, lança no estande da Líteris, o livro ‘Mitologia para Jovens’, no Pavilhão Laranja. Boa sorte pra ele.

A marcha dos cansados, mais uma super-produção...




Por Laís Amaral
A Velha Mídia vem de algum tempo armando um circo, naquela sua surrada prática golpista.
A partir das manifestações de jovens mobilizados pelas redes sociais que fizeram sucesso contra ditaduras como de Hosni Mubarac no Edito e em democracias ocidentais como a Espanha, iniciou-se no Brasil a movimentação.
 Começaram exaltando a capacidade de indignação daqueles manifestantes enquanto “exigiam” um contraponto dos nossos ‘caras pintadas’ ou coisa que o valha. Poderia ser até mesmo uma ‘Marcha com Deus’ versão terceiro milênio.
O importante era que a ‘indignação’ viesse à tona e ocorresse algo que fosse entendido como uma insatisfação popular contra o governo eleito. Na verdade contra o que representam o governo popular instalado desde a eleição de Lula.
Ao mesmo tempo, que bajulam a Presidente Dilma tentam mostrar que Lula deixou uma herança maldita. Se arrepiam só de pensar que depois de Dilma, Lula pode voltar e continuar mantendo longe do poder aqueles que por séculos se banquetearam e dilapidaram nossas riquezas. Ou facilitaram isso.
No Dia 7 de Setembro aconteceram enfim as tais manifestações, chamadas de marchas contra a corrupção. Uma insinuação pérfida de que essas práticas tiveram início nos governos do PT. Ao contrário, são esses governos que estão colocando o lixo à mostra e tentando limpar a sujeira.     
O próprio Lula em 2008 enviou ao Congresso um projeto de lei transformando a corrupção em crime hediondo. Vê se votaram !
O que se viu na verdade nas manifestações, fraquinhas por sinal, foi muito folclore e gente atirando para todas as direções como em Brasília contra a absolvição da deputada Jaqueline Roriz, o ‘mensalão do DEM’ do DF, contra Zé Dirceu, contra Ricardo Teixeira (CBF)  e até contra a velha mídia comercial.
Em alguns momentos da marcha, ressuscitaram uma palavra de ordem famosa nos anos 80: “O Povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Mesmo a manifestação tendo sido claramente forjada e sem organicidade, ficou a impressão de que o tiro saiu pela culatra.  
 
        

Você é daqueles que diz: eu sou o que eu leio ?



Por Laís Amaral
Dois dos mais prestigiados e respeitados jornalistas e blogueiros do país, Altamiro Borges e Luis Nassif comentaram a nojenta edição da Revista Veja, semana passada, atacando de forma criminosa o ex-ministro José Dirceu. Esses artigos estão reproduzidos abaixo.
Tem gente que ainda acredita na seriedade desses mafiosos donos da imprensa brasileira, esses verdadeiros sanguessugas do dinheiro público. O sujeito lê a Veja e se sente informado e comunga com seus articulistas a visão preconceituosa e bandida contra a maioria dos brasileiros.
Na maioria dos casos e mesmo falta de informação sobre o mundo real da comunicação no país. Por isso recomendo a leitura dos artigos como forma de reflexão. NÃO SEJA ENGANADO !
Claro que há quem concorde com os “caras”, por alinhamento político ou por pertencerem à elite burguesa e perversa. Ou até querer pertencer a essa elite.

Pela privatização da revista Veja

Por Altamiro Borges
A ação criminosa da Veja contra o ex-ministro José Dirceu – tentativa de invasão do seu apartamento e filmagens ilegais no hotel – já não surpreende. Há muito tempo que a revista da famiglia Civita não tem mais nada de jornalismo e comete crimes parecidos com os praticados pelo mafioso Rupert Murdoch.
O que surpreende é que esta revista ainda abocanhe tanta publicidade de governos – inclusive dos que são vítimas de suas ações levianas. Reproduzo matéria sobre o tema de setembro de 2009.

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Numa conversa descontraída no aeroporto de Brasília, o irreverente Sérgio Amadeu, professor da Faculdade Cásper Libero e uma das maiores autoridades brasileiras em internet, deu uma idéia brilhante.
Propôs o início imediato de uma campanha nacional pela privatização da Veja. Afinal, a poderosa Editora Abril, que publica a revista semanal preferida das elites colonizadas, sempre pregou a redução do papel do Estado, mas vive surrupiando os cofres públicos.
“Se não fossem os subsídios e a publicidade oficial, as revistas da Abril iriam à falência”, prognosticou Serginho.

As “generosidades” do governo Lula

Pesquisas recentes confirmam a sua tese. Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo, descobriu no Portal da Transparência que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139, 55 para compra de livros didáticos.
Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país… Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos”.
Indignado, Carlos Lopes criticou. “O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente seu panfleto – a revista Veja”.
Realmente, é um baita absurdo que o governo Lula ajude a “alimentar cobras”, financiando o Grupo Abril com compras milionárias de publicações questionáveis, isenção fiscal em papel e publicidade oficial.
Não há o que justifique tamanha bondade com inimigos tão ferrenhos da democracia e da ética jornalística. Ou é muita ingenuidade, ou muito pragmatismo, ou muita tibieza. Ou as três “virtudes” juntas.

A relação promiscua com os tucanos

Já da parte de governos demos-tucanos, o apoio à famíglia Civita é perfeitamente compreensível. Afinal, a Editora Abril é hoje o principal quartel-general da oposição golpista no país e a revista Veja é o mais atuante e corrosivo partido da direita brasileira.
Não é de se estranhar suas relações promiscuas com o presidenciável José Serra e outros expoentes do PSDB-DEM. Recentemente, o Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao grupo direitista.
José Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo.
Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

O mensalão da mídia golpista

Segundo o blog NaMariaNews, que monitora a deterioração da educação em São Paulo, o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras, como Globo e Folha.
Os dados são impressionantes e reforçam a sugestão de Sérgio Amadeu da deflagração imediata da campanha pela “privatização” da revista Veja. Chega de sugar os cofres públicos! Reproduzo abaixo algumas mamatas do Grupo Civita:

- DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara “inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura:01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Para não parecer perseguição à asquerosa revista Veja, cito alguns dados do blog sobre a compra de outras publicações.
O Diário Oficial de 12 de maio passado informa que o governo José Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, que desde a “ditabranda” viu desabar sua credibilidade e perdeu assinantes.
Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60. Depois estes veículos criticam o “mensalão” no parlamento.



O ponto sem retorno de Veja
        Por Luis Nassif

Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.
Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista.
Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista.
Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista.
Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".
Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação.
Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.
        Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.